O Comportamento do Crédito em Janeiro de 2017 e Expectativas para o Ano
O relação Crédito Total / PIB atingiu a marca de 48,7% em Janeiro de 2017, indicador muito inferior aos 53,2% Janeiro de 2016).
O crédito em aberto contraiu 1% em janeiro em relação ao mês anterior.
Em janeiro de 2017, os empréstimos destinados a fins não vinculados diminuíram 1,5%, influenciados pela queda de 20,5% nos descontos de duplicatas e de 1,1% nos crélditos para capital de giro. E, no caso de pessoas físicas, por conta da diminuição de 1,8% nas operações com cartão de crédito.
Por outro lado, verificou-se algum elevação de 0,6% nos créditos consignados.
Em janeiro de 2017, os empréstimos destinados a fins específicos diminuíram 0,5%, influenciados principalmente pelo aumento de 1,8% nos empréstimos pelo BNDES às empresas.
Enquanto isso, as operações de financiamentos rurais e os empréstimos imobiliários às pessoas físicas elevaram-se em 1,1% e 0,4%, respectivamente.
Em janeiro de 2017, as taxas de juros médias atingiram 32,8% (famílias: 41,9%, empresas: 21,1%), aumentando 0,3 e 1,1 ponto percentual (p.p.), respectivamente, em relação ao mês anterior.
Em janeiro/2017, as taxas de inadimplência mantiveram-se estáveis em 3,7% (famílias: 4,0% e empresas 3,5%).
Nossas Expectativas
Avaliamos que o mercado de crédito continuará fraco no primeiro semestre de 2017 por causa das perspectivas de aumento do desemprego e do foco dos clientes na redução de seus níveis de endividamento.
Mas as perspectivas para a demanda de crédito na segunda metade do ano são relativamente melhores, considerando o cenário de menor inflação à frente e taxas de juros decrescentes (veja nossa última observação sobre a decisão do Copom), que aliviará um pouco as condições do mercado de crédito.
Além disso, avaliamos que algumas iniciativas governamentais, como a liberação do FGTS a partir de contas inativas, proporcionarão algum alívio da dívida e uma abertura para alguma elevação do consumo das famílias.
No lado da oferta de crédito, os bancos continuarão a adotar uma abordagem cautelosa em relação aos empréstimos (principalmente no primeiro semestre), devido ao risco de taxas de inadimplência mais altas por indivíduos e por empresas.
Mas há espaço para alguma aceleração da oferta de crédito a partir do segundo semestre deste ano, após a maior taxa de crescimento econômico.
Confira no anexo a íntegra do estudo elaborado por CARLOS PEDROSO, economista senior, e MAURICIO NAKAHODO, economista, ambos do MUFG, Banco Tokyo Mitsubishi UFJ Brasil S.A.