Diário do Mercado na 2ª feira, 19.08.2019
Ibovespa tenta resistir, mas recua com aversão a emergentes
Comentário.
O Ibovespa terminou por reverter a alta inicial e sofrer pequena perda no dia com o contágio da percepção externa adversa dos investidores em relação aos países emergentes.
Em suma, acabou causando desconforto entre os agentes a citação do candidato que venceu as prévias para a eleição presidencial na Argentina que é impossível cumprir o acordo com o FMI, no qual foi liberado recentemente recursos para o país.
Também, a queda do preço do minério de ferro derrubou as cotações dos papéis do setor de siderurgia e mineração na bolsa brasileira. Internamente, tanto o dólar norte-americano, como os juros futuros findaram com elevações.
Externamente, a continuidade da trégua na guerra comercial entre EUA e China foi um dos motivadores favoráveis. De outra mão, declarações de membro do Fed regional de Boston, que citou que o cenário para a economia norte-americana é positivo e que talvez não seja necessário maior afrouxamento monetário, induziram alta global do dólar, com o real sendo a moeda emergente a perder mais valor. Neste panorama, os índices acionários de Nova York e da Europa avançaram, mas o índice doméstico se descolou negativamente.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,0660 (+1,57%). A curva da estrutura a termo da taxa de juros, exceto no curto prazo, subiu, com destaque a partir do médio prazo.
Ibovespa.
O índice subiu após a sua abertura e navegou a maior parte do pregão acima dos 100 mil pts. Todavia, a partir das 14:30h, foi perdendo força e seguiu em campo negativo até seu fechamento.
O Ibovespa terminou aos 99.468 pts (-0,34%), acumulando -2,30% no mês, +13,18% no ano e +30,83% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 26,392 bilhões, incluindo R$ 10,218 bilhões do exercício do vencimento de opções sobre ações, sendo R$ 14,644 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 15 de agosto (último dado disponível), ocorreu retirada líquida de R$ 270,848 bilhão em capital estrangeiro da Bolsa, com a retirada líquida subindo a R$ 8,723 bilhões no mês. Em 2019, o saldo acumulado está negativo em R$ 19,157 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-M apresentou deflação de -0,68% na segunda prévia de agosto ante +0,53% no mesmo período do mês anterior. Os seus subíndices assim variaram: IPA-M em -1,11% (+0,62% na 2ª prévia de julho); IPC-M em +0,21% (+0,10% na 2ª prévia de julho); e o INCC-M em +0,15% (+0,93% na 2ª prévia de julho). O indicador passou a acumular +4,08% no ano e +4,94% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana findou cotada em alta frente ao real, que obteve o pior desempenho entre as moedas emergentes, além de encerrar no maior patamar intradiário desde 20 de maio recente.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 4,0660 (+1,57%), variando +6,47% no mês, +4,93% no ano e +3,88% em 12 meses. O riscopaís medido pelo CDS Brasil 5 anos cedeu a 138 pts ante 139 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em elevação, excetuando os vencimentos de curtíssimo prazo, com realce dos contratos intermediários para os longos.
Este comportamento foi influenciado pelo movimento de valorização global do dólar.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 5,45% de 5,43%; DI janeiro/2021 em 5,46% de 5,40%; DI janeiro/2023 em 6,43% de 6,37%; DI janeiro/2025 em 6,93% de 6,88%; DI janeiro/2027 em 7,23% de 7,17%.
Para a semana
Brasil: CAGED, Confiança industrial, Confiança do Consumidor, IPCA-15 e Coleta de impostos;
EUA: Ata do FOMC, Novos pedidos seguro-desemprego e PMI Manufatura;
Alemanha e França: PMI Manufatura;
Zona do Euro: PMI Manufatura e Confiança do Consumidor.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 19.08.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos