2016: IPCA escalou, taxa Selic aumentou, mas, PIB recuou menos;
2017: IPCA e taxa Selic estáveis, mas, PIB subiu.
No relatório semanal Focus do Banco Central, com as projeções de mercado (mediana), o destaque maior foi o crescimento para 2017, que já escalou para +1,00%, desde o +0,50% de quatro semanas atrás.
Ou seja, o cenário para o próximo ano permaneceu em gradual ascensão, com os demais indicadores mostrando tão somente ajustes finos.
Já para 2016, como as movimentações da taxa de juros Selic não surtirão mais efeito (mínimo de seis meses) sobre este ano, a calibragem da inflação, que teve sua expectativa pressionada para cima agora, passou a depender ainda mais da tendência esperada para o câmbio, que, por sua vez, está vinculada ao risco-país (leia-se CDS).
Nos EUA, o Fed decidirá sobre a taxa de juros na quarta-feira (15). O mercado espera manutenção no atual intervalo de 0,25% a 0,50%, mas, irá monitorar o comunicado do órgão tentando saber se haverá possibilidade de alta na resolução subsequente, em 27 de julho.
Todavia, agora, o temor maior dos agentes está centrado em uma possível saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado “Brexit”, cujo referendo decisório se dará no próximo dia 23 de junho.
A última pesquisa apurou 55% de britânicos favoráveis a retirada do país, sendo que na amostra anterior, em abril, eram 51%. Caso seja ratificada esta postura, o euro e a libra esterlina poderiam perder valor em relação ao dólar, em um primeiro momento, que também traria impacto imediato sobre as economias emergentes, com prontas desvalorizações de suas moedas.
Considerações
No Brasil, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo do IBGE) acelerou para +0,78% em maio, versus 0,61% em abril, um pouco acima do previsto pelo mercado, em +0,75%, passando a acumular +4,05% no ano. Esta foi a maior taxa para os meses de maio desde 2008 (+0,79%) e o índice acumulado em 12 meses, que vinha em queda desde fevereiro deste ano, deu uma pausa em sua trajetória, computando +9,32% até maio, ante +9,28% até abril.
Os preços administrados no mês, cuja elevação estimou-se em +1,40% (+0,66% em abril), com altas de águas e esgoto (+10,37%) e energia elétrica (+2,28%), pressionaram para cima a inflação.
Assim, o grupo habitação avançou +1,79% no mês (-0,38% em abril) e contribuiu com 0,27 ponto percentual no índice geral.
- O PIB para 2016 cedeu sua queda a -3,60% (-3,71% antes). Já para 2017, o crescimento foi a +1,00% (+0,85% antes).
- O IPCA aumentou a 7,19% (7,12% antes) para 2016. Para 2017, manteve-se no patamar de 5,50%, pela 4ª semana.
- A taxa de juros Selic subiu a 13,00% (12,88% antes) para 2016 e se manteve em 11,25% a.a. para 2017.
- A taxa de câmbio (fim de período) desceu a R$3,65 (R$3,68 antes) para 2016 e baixou a R$3,81 (R$3,85 antes) para 2017.
O CDS (Credit Default Swap - risco-país - fonte: CBIN) de 5 anos do Brasil fechou aos 342 pts na sexta-feira, 10 de junho, praticamente estável ante os 341 pts de 03 de junho.
Abaixo, estimativas para os indicadores no princípio de 2015 e os números efetivamente realizados naquele ano:
- IPCA: início de 2015 em 6,56%, versus realizado em 10,67%; (maior)
- Taxa de câmbio – final de período (R$/US$): início de 2015 em R$2,80; versus realizado em R$3,9610; (maior)
- Taxa Selic: início de 2015 em 12,50% a.a.; versus realizado em 14,25% a.a.; (maior)
- Produção Industrial: início de 2015 em +1,04%; versus realizado em -8,30%; (menor)
- PIB (% crescimento): início de 2015 em +0,50%; versus realizado em -3,80%; (menor)
Confira no anexo a íntegra do estudo sobre o Boletim FOCUS, de 13.06.2016, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T, do BB INVESTIMENTOS.
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