Boletim FOCUS, em 04.04.2016
2016: IPCA decaiu, taxa Selic baixou e PIB cedeu;
2017: IPCA e taxa Selic inalterados, mas, PIB diminuiu.
No relatório semanal Focus do Banco Central, com as projeções de mercado (mediana), destaque máximo para a redução de 50 pontos-base, para 13,75% a.a., da taxa Selic para o final de 2016, após oito semanas consecutivas inalterada no patamar de 14,25% - que também é a taxa atual.
Depois, realce para a tendência declinante do IPCA (inflação ao consumidor) para 2016, que decaiu pela quarta semana ininterrupta. Já para 2017, apenas alguns estreitos ajustes.
O mercado demorou um pouco, mas, reagiu a atual conjuntura, que denota a percepção de um quadro recessivo, ainda com desemprego ascendendo, mas, já implicando em queda da inflação. Assim, os agentes revisaram suas expectativas e reduziram suas projeções em relação a taxa básica de juros para o final deste ano.
Também, a assimilação que o “fundo do poço” das estimativas havia sido no início de março vai se concretizando, tendo tido alguma melhoria ao longo do mês passado, para mostrar evolução já neste princípio de abril.
De outra mão, os investidores estarão monitorando de perto o cenário político durante este mês.
- Veja também o Relatório BB BI de Renda Fixa (04.04.2016) No panorama internacional, nos EUA, o payroll (criação de vagas na economia) foi de geração de 215 mil postos de trabalho em março na economia, acumulando nos últimos 12 meses originação de 2,8 milhões de vagas, com média mensal de 234 mil. A taxa de desemprego permaneceu denotando “pleno emprego”, indo a 5,0% em março, de 4,9% em fevereiro.
Considerações
Sucintamente, o RTI (Relatório Trimestral de Inflação) do Banco Central, divulgado no último dia 31 de março, corroborou para uma visão mais favorável para os agentes.
O documento apresentou dados mais próximos das previsões de mercado, inclusive, com o IPCA passando de 6,2% para 6,6% no cenário de referência para 2016, mas, ainda bem próximo do teto estipulado, de 6,5%.
A trajetória do câmbio deverá ser o “divisor de águas” para a modelagem dos analistas sobre as projeções de inflação para este ano. Ressaltasse que um choque, interno ou externo, que viesse a ocasionar uma alteração estrutural, poderia modificar o cenário corrente.
- O PIB para 2016 declinou pela décima primeira semana, para -3,73% (-3,66% antes), e baixou a +0,30% (+0,35% antes) para 2017;
- O IPCA baixou a 7,28% (7,31% antes) para 2016 – quarto recuo semanal contínuo. Para 2017, pela oitava semana, se manteve no teto da banda superior estipulada, em 6,00%;
- A taxa de juros Selic recuou para 13,75% (14,25% a.a. antes) para 2016, e ficou estável em 12,50% a.a. para 2017;
- A taxa de câmbio (fim de período) cedeu a R$4,00 (R$4,15 antes) para 2016 e para R$4,10 (R$4,20 antes) para 2017.
O CDS (Credit Default Swap - risco-país - fonte: CBIN) de 5 anos do Brasil arrefeceu para 364 pts na sexta-feira (25/mar), menos 31 pts na semana, ante os 395 pts de 25 de março.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise dos resultados da pesquisa junto ao mercado financeiro, conduzida pelo Banco Central e divulgada atraves de seu BOLETIM FOCUS, de autoria de HAMILTON MOREIRA ALVESD, CNPI-T, do BB INVESTIMENTOS