2016: IPCA avançou, taxa Selic inalterada e PIB baixou.
2017: IPCA estável, taxa Selic subiu e PIB cedeu.
O relatório semanal Focus do Banco Central, com as projeções de mercado (mediana), registrou as seguintes alterações em comparação com a semana anterior:
- O IPCA aumentou a 7,61% (7,56% antes) para 2016 (limite superior em 6,50%) e ficou inalterado em 6,00% para 2017 (limite superior em 6,00%).
- O PIB baixou a -3,33% (-3,21% antes) para 2016 e recuou levemente a +0,59% (+0,60% antes) para 2017.
- E a taxa Selic estacionou em 14,25% a.a. para 2016 e teve elevação a 12,75% a.a. (12,50% a.a. antes) para 2017.
Considerações:
- O PIB prosseguiu em tendência cadente pela quarta semana para 2016, mas, tão somente, registrou leve arrefecimento para 2017.
- O IPCA seguiu em elevação pela sétima semana consecutiva para 2016, também influenciado pela desvalorização cambial esperada, além do carregamento da alta de cerca de 18,1% dos preços administrados no ano passado. Para 2017, após quatro semanas ascendendo, denotou uma parada técnica no mesmo nível do limite superior da banda estipulada, em 6,00%.
- A taxa Selic permaneceu em 14,25% a.a. para 2016, ainda refletindo a reunião do Copom no dia 20 do mês passado, que manteve a taxa neste mesmo patamar. Já para 2017, apresentou um pequeno ajuste para cima, retornando a taxa Selic para estimativa igual àquela de duas semanas atrás.
- A taxa de câmbio (fim de período) apresentou um “ajuste fino” de alta para 2016, mas, sem alteração para 2017.
O CDS (Credit Default Swap - fonte: CMAN) de 5 anos do Brasil (derivativo visto pelo mercado como medida de riscopaís) encerrou em 496 pontos-base na sexta-feira (12/fev), variando +26 pontos-base versus 470 pontos-base da sexta feira anterior (5/fev), com máximo fechamento semanal em 513 pontos base no dia 11. O CDS registrou máxima de 539 pontos-base (28/09/15) em 12 meses e sua média móvel de 3 meses situa-se em 474 pontos-base.
Em suma, a percepção de mercado sobre a deterioração das projeções domésticas mostrou alguma desaceleração para este ano. Já para 2017, ocorreu uma trégua, indicando que os agentes aguardam outras notícias que possam influenciar suas precificações para períodos mais longos.
O cenário externo, na semana passada, trouxe certo temor global aos investidores em relação à saúde de instituições financeiras, destacadamente sobre os bancos europeus.
Também, o feriado prolongado de ano novo de uma semana na China ajudou a inibir os negócios e, somando-se a isto, houve a ausência de indicadores mais relevantes nos EUA.
O Copom decidiu, no dia 20 de janeiro de 2016, manter a taxa básica de Juros (Selic) em 14,25%a.a., pela quarta reunião consecutiva (última alta em 29 de julho de 2015), sem viés, por 6 votos contra 2. Em seu comunicado, citou:
"avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos, considerando a elevação das incertezas domésticas e, principalmente, externas, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 14,25%".
A próxima decisão será em 2 de março de 2016.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o BOLETIM FOCUS desta semana, elaborado pelos técnicos do BB INVESTIMENTOS
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