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Economia e Finanças

Quinta-Feira, Dia 20 de Outubro de 2016 as 00:10:39



COPOM - Comitê decide por Corte de 25 pontos-base, por unanimidade


Reunião do COPOM, de  19.10.2016
 
Decisão: Corte de 25 pontos-base
 
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T
Rafael Reis, CNPI-P
 
 
Posicionamento do Bacen.
 
O Comitê de Política Monetária do Banco Central acabou de anunciar sua decisão de cortar a taxa básica de juros (Selic) em 25 pontos-base, para 14,00% a.a., sem viés, em votação unânime. Vale lembrar que a taxa estava paralisada em 14,25% a.a. desde julho de 2015 - assim se mantendo por oito reuniões consecutivas, sendo a primeira redução desde outubro de 2012. 
 
Em seu comunicado, no âmbito de riscos domésticos à dinâmica inflacionária o órgão citou: 
 
“Por um lado, 
 
(i) o processo de aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia é longo e envolve incertezas; 
 
(ii) o período prolongado com inflação alta e com expectativas acima da meta ainda pode reforçar mecanismos inerciais e retardar o processo de desinflação; 
 
(iii) há sinais de pausa recente no processo de desinflação dos componentes do IPCA mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, o que pode sinalizar convergência mais lenta da inflação à meta; e por outro lado, 
 
(iv) a inflação mostrou-se mais favorável no curto prazo, o que pode sinalizar menor persistência no processo inflacionário; 
 
(v) o nível de ociosidade na economia pode produzir desinflação mais rápida do que a refletida nas projeções do Copom; 
 
(vi) os primeiros passos no processo de ajustes necessários na economia foram positivos, o que pode sinalizar aprovação e implementação mais céleres que o antecipado”.
 
 
Perspectivas. 
 
Neste momento, a expectativa é que, a partir deste quarto trimestre do ano, a economia brasileira já passe a consumar o início de seu ciclo de recuperação da recente recessão ocorrida.
 
Somado a isto, existe uma clara tendência de arrefecimento da inflação ao consumidor ante o último trimestre do ano passado, que já teve início em setembro, apoiada em um correção para baixo nos preços de alimentos, cuja resiliência anterior fomentou uma inflação em patamar além do desejável, situando-a acima do limite superior estabelecido, de 6,5%. 
 
Assim sendo, com o cenário econômico benigno, o Copom deverá continuar com seu ciclo de afrouxamento monetário em sua última reunião do ano, nos dias 29 e 30 de novembro próximo. Em nossa visão, irá existir espaço para uma decisão mais agressiva, implicando em uma provável queda de 50 pontos-base, para 13,50% a.a., ao invés de declínio semelhante ao atual, de 25 pontos-base.
 
 
Inflação. 
 
O IPCA-15, que será divulgado nesta próxima 6ª feira, 21.10, deverá seguir a tendência de inflação declinante neste quarto trimestre do ano, com o consenso de mercado hoje em +0,21%, versus +0,23% no dado fechado do mês de setembro - vale ressaltar que o IPCA de setembro surpreendeu positivamente, desacelerando para +0,08%, versus 0,44% em agosto, vindo inferior ao consenso dos agentes, em +0,18%.
 
Também, vale ressaltar que uma inflação média de +0,37% ao mês converge para um acumulado em 12 meses em torno de 4,5% - que é o centro da meta de inflação estabelecida. 
 
De outra mão, a mudança na metodologia de alteração de preços de combustíveis pela Petrobrás, que trouxe mais transparência e levou a uma recentíssima diminuição nos valores da gasolina e do óleo diesel, deverá ser monitorada bem mais de perto pelos analistas.
 
 
Consenso de mercado.
 
O último relatório semanal Focus, apurado pelo Banco Central, com as medianas das projeções de mercado em relação às principais variáveis macroeconômicas – exceto desemprego, vem registrando uma estimativa cadente para o IPCA (balizador oficial do sistema de metas de inflação adotado) em 5,04% no final de 2017, com uma taxa de câmbio esperada em R$3,40. 
 
Como a melhoria do cenário econômico brasileiro tende a reduzir o risco-país (mensurado pelo CDS Brasil 5 anos), que tem correlação direta com a cotação doméstica do dólar norte-americano, acreditamos em um valor mais baixo para a taxa de câmbio, que poderá ser um fator preponderante, surtindo efeito na direção de uma inflação esperada convergente para o centro da meta estipulada para o próximo ano, em 4,5%.
 
 
Política Fiscal. 
 
Um importante passo inicial para dissipação do atual déficit fiscal, previsto em R$180,5 bilhões para este ano foi a aprovação da PEC 241 - que refere-se a instauração de um limite para os gastos do governo, em 1º turno na Câmara de Deputados.
 
O governo está empenhado em sua validação o mais breve possível, dado o prazo requerido para que ocorra uma segunda votação na Câmara e mais duas no Senado.
A partir daí, mais propostas para debelar o déficit deverão ser encaminhadas, como o caso da revelada intenção de uma reforma da previdência. De toda a sorte, ainda poderão existir outras medidas não recorrentes, como a repatriação de recursos do exterior e, talvez, uma elevação temporária de algum imposto. 
 
Em suma, a questão fiscal tem supremacia neste momento para embasar uma sustentável retomada econômica e, à medida que forem sendo implementadas, irão aumentar a credibilidade do governo, bem como, cada vez mais espaço se abrirá para a continuidade da redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central.
 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre a decisão do COPOM, na 4ª feira, 19.10.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T,  e RAFAEL REIS, CNPI-P, do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI-P, do BB Investimentos





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