Bolsa registra pior semana desde fevereiro
A reação provocada pela aprovação do projeto que reformula o Imposto de Renda voltou a ofuscar o mercado nesta 6ª feira, 03.09. Apesar de uma leve alta no dia, a bolsa de valores registrou a pior semana desde fevereiro.
O dólar chegou a cair durante a manhã, mas reverteu a queda e fechou praticamente estável pelo segundo dia seguido.
Ibovespa
O índice Ibovespa, da B3, encerrou esta 6ª feira aos 116.933 pontos, com alta de 0,22%. O indicador chegou a cair 0,94% na mínima do dia, por volta das 14h30, mas recuperou-se num movimento de compra de ações que ficaram baratas demais e fechou o dia próximo dos 117 mil pontos.
Apesar da leve alta de hoje, o Ibovespa fechou a semana com perda de 3,1%. Esse foi o pior desempenho desde a última semana de fevereiro, quando o índice havia caído 7,09%. Na semana passada, o índice havia avançado 2,22%.
Dólar
No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,185, com alta de apenas 0,03%. A moeda chegou a cair para R$ 5,13 nos primeiros minutos de negociação, após a divulgação da desaceleração no mercado de trabalho nos EUA. No entanto, as pressões internas prevaleceram, e a divisa passou a operar próxima da estabilidade, alternando altas e baixas ao longo de quase todo o dia.
As tensões em relação à reforma do Imposto de Renda continuam provocando turbulências no mercado doméstico. Além do prejuízo para empresas grandes, principalmente instituições financeiras, com o fim do benefício de dedução do Imposto de Renda na distribuição de juros sobre capital próprio, existe o receio com a perda de arrecadação provocada por mudanças no projeto.
Mais cedo, o secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal, estimou em cerca de R$ 20 bilhões a perda de receitas em 2022. A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado, divulgou um estudo com previsão de impacto de R$ 21,8 bilhões no próximo ano, R$ 11 bilhões em 2023 e R$ 12,3 bilhões em 2024. As tensões políticas também trouxeram preocupação ao mercado financeiro.
Mercado Internacional
No mercado internacional, a divulgação da criação de 235 mil vagas de trabalho nos EUA em agosto empurrou para baixo a cotação do dólar. O número veio bastante abaixo das projeções dos analistas, que previam a criação de mais de 700 mil postos, reacendendo as expectativas de que o FED Federal Reserve não comece a retirar tão cedo os estímulos monetários concedidos durante a pandemia de covid-19. Juros baixos em economias avançadas estimulam o fluxo de recursos para países emergentes, como o Brasil.
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