Comentário Final
Cabe aqui um comentário. A atuação do BC brasileiro é um tanto diferente daquela empreendida por bancos centrais em outros países, que modelam suas políticas monetárias, de controle da expansão da moeda, das taxas juros e de controle do câmbio, de modo a viabilizar o crescimento econômico e a busca do pleno emprego em seus países, tal como o FED, o banco central dos EUA.
O Banco Central do Brasil, por sua vez, sequer resvala a preocupação de viabilizar a melhoria do nível de emprego e a expansão da economia; e também não interefere na jogatina especulativa realizada empreendida pelos grandes conglomerados bancários que atuam no mercado de câmbio futuro do País -- fonte de cerca de 30% dos lucros fenomenais obtidos pelos grandes bancos --, ainda que essa jogatina artificialize a cotação do dólar, reduza a competitividade as exportações brasileiras e a atividade econômica nas empresas exportadoras.
O BC também não ousa interferir na livre atuação dos grandes conglomerados bancários que cobram juros escorchantes em suas operações de crédito e tarifas elevadas na prestação e serviços. O oligopólio bancário tem livre atuação e até certo apoio do BC ao justificar que a sangria que promovem seria resultante da inadimplência.
E, pior, neste mês de outubro de 2019, o BC promoveu grande mudança na sua forma de exercer algum controle às instabilidades do mercado de câmbio brasileiro. A presente atuação do BC na regulação do câmbio, a partir deste outubro/2019, se dá por meio venda efetiva das reservas internacionais brasileiras.
Isso quer dizer que a demanda dos bancos comerciais autorizados a operar no câmbio passou a ser suprida com as reservas internacionais do Brasil:
(a) a fuga de capitais e
(b) o encerramento de negócios de grandes empresas multinacionais no País,
(c) as remessas exorbitantes de seus lucros,
(d) o abandono por aplicadores estrangeiros das operações internacionais na B3, a bolsa de valores do Brasil,
(e) resultantes na descrença do governo Bolsonaro e
(f) em resposta a máxima de Trump America First,
passou a ser municiada com recursos provenientes das reservas internacionais administradas por um ex-diretor do Bradesco o novo presidente do BC no governo Bolsonaro, que por sinal busca obter para o BC plena liberdade de atuação, a independência do BC.
Em pouco tempo poderemos ter notícias preocupantes do BC com relação ao nível das Reservas Internacionais do Brasil, movimentadas para atender o livre-cambismo demandado pelo sistema financeiro e patrocinado pelo Estado por meio do Banco Central.