Diário de Mercado na 5ª feira, 20.09.2018
Dólar e juros longos cedem em dia de pregão morno na bolsa
Comentário.
A quinta-feira foi marcada por ajustes no mercado brasileiro. O dólar, que perdeu força de maneira generalizada ante demais moedas mundiais, por aqui ainda teve o movimento catalisado pelo efeito Copom, que gerou arrefecimento adicional na divisa.
Na véspera, a indicação de que se necessário, a autoridade monetária deverá elevar juros de maneira gradual foi bem interpretado, o que ocasionou o fechamento da curva dos juros futuros, em especial na ponta longa.
A bolsa, no entanto, destoou, e se manteve praticamente estável, mesmo com ao divulgação da pesquisa Datafolha da noite anterior revelando crescimento do candidato mais ligado a reformas, e clima benigno vindo do exterior, com dados favoráveis da economia norte-americana.
Ibovespa.
Após alta repentina na abertura, que foi seguida por uma queda igualmente rápida, o índice operou em torno da estabilidade pelo restante do pregão, ausente de direcionadores. Em compasso de espera pelos próximos capítulos políticos, tampouco houve destaques setoriais, positivos ou negativos.
O Ibovespa encerrou aos 78.116 pts (-0,07%), acumulando 3,56% na semana, 1,88% no mês, 2,24% no ano e 2,78% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 5,28 bilhões, sendo R$ 5,08 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 18 (último dado disponível), houve ingresso líquido de R$ 470,258 milhões em capital estrangeiro na bolsa, invertendo o saldo acumulado em setembro para o campo positivo, em R$ 55,134 milhões. No ano, há retirada líquida de R$ 2,933 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, após resultados favoráveis nos meses de julho e agosto – pós greve dos caminhoneiros em maio – o índice de confiança do empresário industrial recuou 0,5 pontos (de 53,3 para 52,8) no mês de setembro. O número evidencia, apesar da recuperação de curto prazo, defasagem de 2,9 pontos em relação a setembro de 2017, e 1,3 pontos abaixo de sua média histórica, de 54,1 pontos.
Câmbio e CDS.
A fraqueza do dólar se deu de maneira generalizada contra a maioria dos pares no mercado externo na sessão, não sendo diferente ante a moeda brasileira.
Contou como direcionador ainda o “efeito Copom”. que foi divulgado na véspera, e bem recebido pelo mercado, já que a autoridade monetária reforçou sua vigilância ao comportamento da moeda e da economia como balizadores à tomada das próximas decisões quanto à Selic.
A divisa norte-americana fechou cotada em R$ 4,0749 (-1,25%), acumulando -2,21% na semana, 0,02% no mês, 23,16% no ano e 30,01% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos recuou a 276 pts, versus 279 pts da véspera.
Juros.
Em reação ao Copom da véspera, os juros futuros recuaram ao longo de toda a estrutura a termo dos juros. O recuo foi maior, no entanto, na seção longa, já que o tom do Comitê foi conservador, indicando que de acordo com a evolução dos fatores de risco, se necessária a retirada do estímulo monetário, o fará de forma gradual – o que agradou ao mercado.
Para a semana.
No Brasil, o IPCA-15 será divulgado na sexta-feira, e a criação de vagas na economia (CAGED), é aguardada para até o dia 28. No exterior, na sexta-feira, PMI da manufatura na Alemanha, França e zona do Euro, e PIB na França.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 20.09.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos