Pleno emprego justifica desaceleração na criação de vagas, afirma o Ministro do Trabalho
A situação de pleno emprego da economia brasileira resultou na desaceleração na criação de postos com carteira assinada, avaliou, nesta 4ª feira, 15.10, o ministro do Trabalho, Manoel Dias.
Segundo ele, a queda na geração de emprego neste ano pode ser explicada pelo fato de a necessidade de novos trabalhadores diminuir à medida que as vagas são ocupadas.
“Não estamos vivendo o pleno emprego? Se gerássemos 200 mil empregos, não teríamos onde colocar. A tendência natural é que, a cada ano, diminua a necessidade de novos empregos. Geramos 22 milhões de empregos em dez anos. Isso vai suprindo a demanda e as necessidades”,
argumentou Manoel Dias.
Segundo o CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, foram criados em setembro 123.785 postos formais de trabalho no País, número que o ministro considerou um sucesso o resultado de setembro.
“Há má vontade ao dizer que os números são negativos. Eles são positivos”,
afirmou Dias. Ele citou a indústria de transformação, que criou 24,8 mil empregos no mês passado após cinco meses seguidos de demissões. “Não é aquele desastre que querem fazer com a indústria. [O saldo positivo de postos de trabalho] é a prova de que a economia, como um todo, vai bem”, ressaltou.
O ministro manteve a expectativa de que o País feche o ano com a criação de 1 milhão de postos de trabalho. De acordo com ele, o número será “tranquilamente” alcançado, apesar de dezembro tradicionalmente ser um mês de fechamento de vagas por causa do fim das contratações temporárias de Natal.
De janeiro a setembro, o país criou 904.913 empregos formais, número 31,6% inferior ao dos mesmos meses de 2013 e o menor para o período desde o início da série histórica, em 2004.
Dias estimou ainda que o governo chegará ao fim de 2014 com 6 milhões de postos de trabalho abertos nos últimos quatro anos. Desde janeiro de 2010, 5,784 milhões de empregos com carteira assinada foram criados no País.
Para o ministro, mesmo com a desaceleração na geração de postos de trabalho, o Brasil vive uma situação privilegiada em relação à maioria dos países que enfrentam o aumento do desemprego.
“Foram 123 mil novos empregos em setembro no Brasil. O Banco Mundial levantou que há 100 milhões de trabalhadores desempregados na zona do euro. O mundo desemprega 900 milhões de trabalhadores. Está tudo para baixo no mundo inteiro”,
alegou o ministro.