JUROS - Prévia Copom: BC deve reduzir Selic para 4,5%
O COPOM Conselho de Política Monetária deverá reduzir a taxa básica de juros (Selic) para 4,5%, em decisão que será divulgada no início da noite desta 4ª feira, 11.12.
Entendemos que o corte de 0,5 p.p. se resguarda na conjuntura atual da economia com crescimento da atividade ainda abaixo do potencial, ancoragem de expectativas para a inflação do próximo ano abaixo da meta e cenário internacional favorável para corte de juros nos bancos centrais das principais economias desenvolvidas. Vale destacar que o Copom afirmou, em sua última ata, que poderia realizar um novo corte de 0,5 p.p. em caso de consolidação do cenário benigno para a inflação.
Balanço de riscos e reformas. Na avaliação do balanço de riscos, entendemos que
(i) o nível de ociosidade das indústrias e
(ii) a manutenção da inflação no nível corrente, por conta de mecanismos inerciais, continuam pressionando a trajetória da inflação para um patamar ligeiramente abaixo da meta. Por outro lado,
(iii) o grau de estímuloeconômico, com a Selic em 4,5%,
(iv) o risco de deterioração do cenário externo e
(v) o risco de frustração das reformas e ajustes estruturais exercem força contrária.
Desta forma, entendemos que, do ponto de vista do balanço de riscos, há espaço para a realização do corte de 0.5 p.p., sem colocar em risco o atingimento da meta da inflação para o próximo ano (4% em 2020).
Inflação.
Desde a última reunião, a perspectiva do mercado para a inflação de 2020 se manteve em 3,6%. Além disso, nos modelos do próprio Copom, considerando vários cenários, todas as projeções levam a inflação para abaixo da meta no próximo ano.
Um fato novo que podemos destacar foi a elevação considerável da inflação observada no mês de novembro, bem como a expectativa de aceleração para dezembro, em especial por conta da elevação do preço da carne bovina, a qual ainda deve trazer reflexos na inflação dos próximos meses.
Outros fatores como a elevação do preço da energia elétrica e dos jogos de azar também impactaram a inflação no mês passado mas estes não devem se repetir no curto prazo.