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Economia e Finanças

16 de Setembro de 2014 as 00:09:05



ENERGIA - Tomasquim teme a inviabilidade econômica de termelétricas a gás


Preços concorrenciais obtidos em leilão poderão não proporcionar viabilidade econômica às termelétricas a gás e Tolmasquim mostra ceticismo sobre participação de térmicas em leilão de novembro
 
Maurício Tolmasquim, em palestra realizada nesta 2ª feira, 15.09, na Rio Oil & Gas Expo and Conference, no Riocentro, o presidente da EPE Empresa de Pesquisa Energética, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, manifestou ceticismo em relação à viabilidade das usinas térmicas que participarão do próximo leilão de energia para 2019 (A-5), programado para o dia 28 de novembro próximo.
 
As termelétricas inscritas, segundo Tolmasquim, pretendem  importar gás, usar o gás da Amazônia ou alugar  capacidade ociosa de gás natural liquefeito (GNL) da Petrobras.
 
Após o painel, Tolmasquim  esclareceu à imprensa que a sua  expectativa não é de insucesso do leilão.
 
“Eu espero que tenha sucesso. Por isso é que é importante o leilão. A gente testa o preço e a condição de mercado. Se não der [certo], a gente vai tentar achar  alguma medida para tornar mais viável”.
 
O presidente indicou que é sempre importante, em um sistema hidrotérmico como o brasileiro, em que há cada vez mais fontes de energia variáveis, como a hidrelétrica a fio d'água, a eólica, a solar, que não têm como estocar energia, haver uma complementação térmica
 
“É uma maneira de complementar quando não está ventando, quando não está chovendo ou quando não está com sol, você ter como gerar”.
 
Tolmasquim reiterou, porém, a necessidade de se esperar o leilão para ver se térmicas a gás irão participar.
 
“Não estou querendo criar uma expectativa. Acho que vai ter algumas térmicas a gás. Na Amazônia, é bem competitivo o gás”. Segundo o presidente da EPE, é preciso ir testando as térmicas  a cada leilão e ver qual é a condição que dá viabilidade. “Pode, sim, ter térmicas a gás sendo contratadas”,
 
apontou.
 
Ele explicou que a mudança de data do leilão para 28 de novembro  teve motivo hidrelétrico.
 
“Apareceu a oportunidade  de conseguir a licença de mais algumas [usinas] hídricas. E, aí, a  gente sempre acha que valia a pena, porque antes, no leilão, ia ter zero de hídrica”.
 
Além da Usina de Itaocara (RJ), participarão do leilão duas hidrelétricas localizadas no Rio Piquiri, no Paraná. São centrais de médio porte, mas “contribuem [com a geração de energia elétrica]”,  avaliou.
 
Em relação ao leilão da Usina Hidrelétrica de Tapajós (PA), previsto para o dia 15 de dezembro, Maurício Tolmasquim reconheceu que é um cronograma apertado, “mas possível”. Ele informou que o cronograma foi conversado com todas as instituições envolvidas, que concordaram que haveria  tempo para serem feitas as análises.
 
“Tem que ficar claro que ninguém vai fazer  nenhum leilão sem serem cumpridas todas as etapas legais, sem ter estudo da área indígena, consulta, audiência pública. Tudo terá que ser cumprido. Se não for, a gente não vai fazer o leilão. A data foi marcada porque, pelos cronogramas e prazos padrões, daria tempo para se ter a licença”.
 
Tolmasquim ressaltou que  a decisão de não esperar a licença se deve à necessidade de cumprir os prazos de lançar edital e enviar o projeto para o Tribunal de Contas da União (TCU).
 
“Se a gente fosse esperar sair todas as  licenças para fazer o leilão, só ia sair  lá para o final do primeiro trimestre do ano que vem. Você tem que fazer as coisas em paralelo. Marca o leilão e, em paralelo, manda o material para o TCU, faz a audiência pública, faz consulta pública, faz estudo. Se der problema de algumas licenças não saírem, aí se adia o leilão. Nosso trabalho é para não adiar, é para fazer”.
 
O presidente da EPE disse que, em comparação ao mundo, a matriz energética do Brasil se diferencia porque há um predomínio de  fontes renováveis. Enquanto no Brasil, cerca de 43% ou 44% das fontes de energia são renováveis, no mundo, a média é 13%. O que ocorre no Brasil, sustentou, é uma maior diversificação das fontes renováveis. Antes, a matriz era muito baseada na geração hidrelétrica e agora vai ter uma participação maior da fonte eólica (dos ventos), solar e da biomassa.
 
“Eu diria que outro fato muito  importante é o Brasil virar um grande produtor e exportador de petróleo. A gente vai ter uma situação única no mundo, de ser um grande exportador de petróleo que tem uma matriz renovável”.
 
De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) da EPE, com projeções para 2023, que se encontra em consulta pública até o dia 5 de outubro, a produção nacional de petróleo deverá subir para 5 milhões de barris por dia (bpd) na próxima década, dos quais dois terços corresponderão ao pré-sal. Como a demanda decenal é projetada em 3,5 milhões de bpd no final do período, o excedente gerado de 1,5 milhão de bpd será direcionado para a exportação.
 
“A gente está em situação que qualquer país do mundo gostaria de ter, que é a possibilidade  de ter uma matriz limpa e, ao mesmo tempo,  ter o petróleo, que é um combustível estratégico, de alto valor nacional, que dá ao Brasil um papel geopolítico importante no mundo. E mais do que isso, dá uma renda para o País investir em educação, em saúde, que é fundamental”.


Fonte: Agência Brasil e Redação do JF

 
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