Mercado Agora, 18.09.2020
Roger Marçal,
Rômulo Ramos Alves,
Eduardo Toneto
do BB DIMEF Macroestratégia
Mercado Externo
Mercados firmam na cautela com dúvidas em relação à política monetária e avanço da pandemia
► Com a politica monetária mostrando esgotamento pelo mundo e com sinais de que a pandemia está longe de acabar, os mercados firmam na cautela, apesar do indicador americano positivo. O Quadruple Witching americano (vencimento simultâneo de contratos derivativos) também afeta os mercados trazendo certa volatilidade.
► Nos EUA, o presidente da distrital do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que enxerga sinais de desaceleração na recuperação da economia dos EUA, e aconselhou ao Congresso americano que considere novas medidas fiscais de estímulos. Já James Bullard, do Fed de St. Louis, afirmou que a resposta da política econômica à pandemia tem sido “bem-sucedida”, com o PIB caminhando para crescer 30% no terceiro trimestre e taxa de desemprego finalizando o ano em 6,5%.
► Em relação aos indicadores, a leitura preliminar do índice de confiança do consumidor da Univ. de Michigan nos EUA avançou de 68,5 em agosto para 73,3 em setembro, superando a expectativa de recuo a 67,8
► Bolsas: Em NY, nem mesmo a confiança do consumidor americano melhor que o esperado foi suficiente para amenizar o desalento causado pelos BCs e a falta de definição para novos estímulos fiscais nos EUA. Os índices também são pressionados pelo quadruple witching.
► Juros: as yields dos treasuries operam voláteis alternando altas e baixas, embora o viés negativo prevaleça, em meio às indefinições relativas ao futuro da política monetária pelo mundo.
► Câmbio: o dólar opera dividido contra seus pares principais, com o euro e o iene (ativo defensivo) em alta. Já a aversão ao risco generalizada derruba as moedas emergentes
Mercado Interno
Mercados operam em linha com o exterior, ausência de drivers internos e preocupações fiscais
► No Brasil, os mercados operam em tom de cautela, com os investidores atentos aos fatores externos e sem notícias na cena doméstica com potencial de melhoria para os ativos.
► Os agentes tentam entender ainda o posicionamento do BC, que surpreendeu com postura considerada dovish (mais propenso a política monetária expansiva) no comunicado, além da estratégia do Tesouro, ainda pouco clara.
► No caso do Tesouro, o alívio após a redução nas emissões de títulos ontem durou pouco, com os DIs voltando a subir com força. Uma das preocupações dos investidores é o volume maior de vencimentos previsto para o início de 2021.
► Outro ponto sensível é a escassez de informações recentes sobre o andamento das reformas, dado que poderia ser um importante direcionador em caso de algum sinal político neste sentido.
► Por fim, na agenda de indicadores, o IGP-M subiu 4,57% no comparativo mensal na 2ª prévia de setembro ante 2,34% em agosto, com aceleração de 6,36% no IPA.
Confira no anexo a íntegra do estudo preparado a respeito por ROGER MARÇAL, Macro Estrategista Chefe, RÔMULO RAMOS ALVES, EDUARDO TONETO DO LIVRAMENTO, integrantes do BB DIMEF Macroestratégia