Perspectivas 2020: Entusiasmo não é páreo para preparação
O ciclo de negócios da economia brasileira anda em favor do otimismo e da tomada de risco no mercado interno, dado que o crescimento econômico ganha momentum em função de reformas estruturais.
Ajustado aos ruídos – premissa número um para avaliar uma economia emergente –, o cenário positivo deve persistir para os anos (no plural!) que virão e o mercado de equities deve capturar os benefícios de taxas de desconto em mínimas históricas.
O entusiasmo de 2019 veio da confiança sobre a implementação de políticas econômicas. A preparação convida aqueles do lado mais cético da arquibancada a jogar, já que os sinais agora são mais claros. O balanço risco-retorno se ajustou, mas ainda acreditamos haver espaço para upside na bolsa.
O hiato do PIB fecha lentamente. A capacidade ociosa da indústria e o elevado desemprego mostram ausência de pressões inflacionárias, consistente com a nossa premissa de que o estímulo monetário e a ascensão econômica persistirão. Os bancos mostram maior apetite para o crédito a pessoas físicas e PMEs, favorecendo o consumo.
Nosso preço-alvo para o Ibovespa em 130.000 pontos em 12 meses deriva da análise bottom-up de nossos analistas, o que representa um upside de 13%, em linha com nossos pares. Em resumo, permanecemos inclinados às companhias mais expostas ao mercado doméstico para superar seus pares na bolsa. Tanto em alimentos e bebidas quanto para commodities pesadas, a seleção de ativos é menos óbvia, mas algumas oportunidades surgem.
Em linha com nossa visão mais construtiva, o consenso para o Ibovespa aponta para um crescimento de ~30% no lucro por ação (positivo) das empresas e ~15% no EBITDA.
O cenário externo é o principal componente de risco da nossa tese de investimentos. As idas e vindas da guerra comercial, o Brexit e as eleições presidenciais nos EUA impedem uma visão mais construtiva sobre o crescimento mundial.
O índices globais serão muito influenciados pelas pesquisas e discursos dos candidatos americanos, mais polarizados nos primeiros debates, implicando maior volatilidade aos mercados. Internamente, vemos crescente a pressão política pela continuidade da agenda de reformas no campo fiscal.
Confira no anexo a íntegra do relatório preparado por VICTOR PENNA, CNPI, e WESLEY BERNABÉ, CFA, integrantes do BB Investimentos