Com 5 gols em 18 minutos do 1º tempo, Felipão e Parreira, inertes, deixaram a grande seleção da Alemanha humilhar a Seleção Brasileira, nesta terça feira. A série de gols teve início aos 10 minutos do 1º tempo e, no apagão da Seleção, aos 28, o jogo já contava o quinto gol em favor da Alemanha.
Contra o óbvio, contra tudo e contra todos, Felipão não fortaleceu o meio de campo e não preparou tática alguma para conter a máquina alemã. Manteve-se sem noção, incrédulo sentado no banco diante do que assistia. Previsível e lento nas acomodações técnicas de seus jogadores, esperou o intervalo para mexer no time e nada fez de relevante.
Parreira, por sua vez, à francesa não fez comentário a Felipão durante o 1º tempo, não deu palpite algum, não se envolveu e, inamovível, deixou também a catástrofe acontecer, fortalecendo a visão de que é presença meramente figurante em face da autoridade de Felipão.
Jogadores brasileiros precisam parar de chamar seu treinador de "professor", reconquistar seu espaço e aprender a desafiar seus técnicos e construir táticas, tal como quando do surgimento de Pelé e Garrincha que, em 1958, somente passaram a jogar apenas por insistência de Gilmar, Didi e Nilton Santos, que o exigiram, e esses dois gênios entraram em campo a partir do 3º jogo daquela Seleção.
Saudades do técnico Feola da Seleção Brasileira em 1958 e também de 1962, que, longe de qualquer autoritarismo, aquiesceu e valorizou o conhecimento daqueles três jogadores líderes, que conhecia de cada um de seu escrete as características e mantinha um sistema de jogo com grande mobilidade tática, discutida, aplicada e eventualmente alterada com autonomia pelos próprios jogadores em campo, de motu proprio, a cada circunstância, a cada desenho novo e tática do adversário.
Agora, o estrago foi feito e já é a pior tragédia de todos os tempos do futebol brasileiro. Pior que a de 50. Histórica e inesquecível.
Mas, os perdedores também merecem nosso maior respeito e consideração, pois a história também se constroi com derrotas. Afinal, possivelmente, ´58 talvez não tivesse acontecido se não tivesse havido ´50.