A revista alemã SPIEGEL informa que Ângela Merkel, chanceler alemã, fez pela primeira vez comentários sobre o escândalo de espionagem realizada pela NSA, agencia de espionagem norteamericana.
A chanceler quebrou seu silêncio com opiniões pessoais sobre a vigilância por inteligência realizada pelos EUA e sobre as alegações de que a NSA teria parceria, em atividades secretas, com agências congêneres alemãs. Em sua opinião, o trabalho das agências de inteligência é vital para a segurança dos cidadãos.
Em entrevista ao semanário Die Zeit, defendeu os serviços de inteligência alemães e a vigilância das telecomunicações em determinadas circunstâncias, ao afirmar que a prevenção de ataques terroristas não seria possível sem o monitoramento de telecomunicações. Em uma visão prospectiva, afirmou que esse trabalho nos estados democráticos sempre foi vital para a segurança dos cidadãos e continuará a sê-lo no futuro.
No entanto, Merkel salientou que desconhecia a prática norteamericana de vigilância do povo alemão e europeu, tendo tomado conhecimento disso nesse momento de comoção, através dos relatórios recentes que lhe teriam sido encaminhados por sua equipe.
Há suspeitas, contudo, de que isso não seja bem verdade, uma vez que o delator Edward Snowden informou que os serviços de inteligência alemães e os membros da NSA norteamericana “estão juntos na cama”.
E também Sigmar Gabriel, líder da oposição e membro do o Partido Social Democrata de centro-esquerda (SPD), criticou duramente as declarações de Merkel sobre o escândalo de espionagem pela NSA.
"Acho escandaloso que a chanceler alemã apenas encolha os ombros e aceite que os serviços de inteligência norteamericano e britânico violem os direitos básicos de milhões de alemães",
afirmou ele à Spiegel.