“Sempre tivemos convicção de que ganharíamos", diz embaixador sobre eleição de brasileiro para OMC
O coordenador da equipe de apoio à candidatura brasileira à direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), embaixador Ruy Pereira, disse hoje (9) que o Brasil sempre “teve a convicção” de que o candidato brasileiro, o embaixador Roberto Azevêdo, conquistaria a vaga.
Segundo ele, o empenho do governo brasileiro e a qualificação do candidato foram fundamentais para a vitória brasileira.
“Sempre tivemos a convicção de que ganharíamos. Pela qualidade do nosso candidato, que é absolutamente excepcional, pela capacidade das propostas e pelo esforço permanente do governo para chegar ao resultado que esperávamos chegar”,
disse em entrevista coletiva, no Itamaraty.
Pereira disse ainda que a eleição do embaixador brasileiro, com cerca de dois terços dos votos dos 159 países-membros, representa a confiança da comunidade internacional em Azevêdo.
“Não há nenhum país-membro que tenha rejeitado o nome do Roberto [Azevêdo] e essa é uma característica promissora. Se qualquer um dos países-membros dissesse que não estaria de acordo, teríamos o processo interrompido para reavaliação”,
comentou.
Pereira ressaltou que a imagem do Brasil como país protecionista não se confirmou durante as eleições. Segundo ele, um país considerado protecionista não pode ser bem recebido em uma organização que representa a liberalização do comércio mundial.
Para o embaixador, o conhecimento “milimétrico” de Azevêdo sobre a Rodada Doha e sobre comércio internacional serão fundamentais para a retomada das negociações.
“Neste momento contar com um diretor-geral que conheça milimetricamente os detalhes sobre as negociações da Rodada Doha é uma vantagem importante para a sua continuidade”,
disse.
A Rodada Doha busca o amplo acordo de liberalização econômica do comércio internacional entre mais de 100 países. As negociações começaram em 2001 e se estendem desde então sem resultado.
O coordenador da equipe de apoio à candidatura brasileira destacou também o empenho do governo brasileiro. Segundo ele, cerca de 20 órgãos federais participaram da campanha, iniciada no dia 7 de janeiro. Ao todo, 571 cartas foram enviadas por representantes brasileiros a interlocutores de outros países. Desse total, 216 foram remetidas pela presidenta da República, Dilma Rousseff.
Os ministros de Relações Exteriores; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; da Fazenda; do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento também se empenharam na candidatura do brasileiro durante o processo de seleção.