Enquanto autoridades diplomátcas e militares da Rússia, da OTAN e dos EUA têm estado reunidas a fim de discutir soluções para as atuais tensões entre países do Ocidente e a Rússia, congressistas estadunidenses preparam pacote de pesadas sancões contra Moscou, caso a Rússia decida invadir a Ucrânia.
Entre as medidas, incluem-se sacões pessoalmente dirigidas ao presidente russo Vladimir Putin.
As novas ameaças contra a Rússia ganharam fôlego no Ocidente em 2021, quando os EUA afirmaram que poderiam (1) impedir a Rússia de converter sua moeda nacional, o Rublo, em moedas estrangeiras, (2) excluir o país do sistema Swift e até mesmo (3) encorajar a Alemanha a impedir o funcionamento do gasoduto NordStream II.
Alternativa ? Gás dos EUA no mercado spot !
Porém, de acordo com a Bloomberg, se por um lado existem líderes da União Europeia que apóiam as ameaças dos EUA contra a Rússia, por outro lado, o Velho Continente teme que as chamadas sanções severas acabe por afetar a própria Europa. E a principal razão disso, seria o medo de uma retaliação russa, que poderia incluir cortes de envios cruciais de gás em um momento em que o produto registra preços recordes no mercado internacional.
Unanimidade Improvável
A falta de combustível atingiria fortemente a economia da União Europeia. Ainda segundo a Bloomberg, o apoio a tais sancões por parte do Bloco contra a Rússia, teria que receber o apoio de seus 27 membros,enquanto muitos deles divergem suas visões sobre a Rússia.
Sanções Inócuas
Por outro lado, existem profundas dúvidas sobre a eficiência dessas sanções contra o gigante euro-asiático. Conforme publicou no jornal Financial Times a economista-chefe do Kroll Institute, Megan Green, desde a reunificação da Crimeia em 2014, a Rússia tem sido alvo de sanções dos EUA.
Na época, Washington impôs restrições de viagens, congelamento de ativos, restrições a empresas de petróleo e gás da Rússia, assim como colocou alguns bancos do país em sua lista negra, sendo que a Visa e a Mastercard também cessaram seu trabalho com alguns sistemas de pagamentos da Rússia.
Apesar das medidas, a economia da Rússia adaptou-se e em 2021, recuperando-se da pandemia de 2019, seu PIB cresceu mais de 4%, tornando-se o 15º maior PIB do mundo, uma posição na frente do Brasil.
E, embora dados do Departamento do Tesouro dos EUA, de 2021, revelem que as sanções dos EUA a diferentes países do mundo tenham crescido 933%, entre 2000 e 2021, a eficiência dessas tem sido desafiada pela maior diversidade da economia mundial, em parte oferecida pela China, segundo o Financial Times.