Trump e Bolsonaro, "I love you".
Alinhamento de Bolsonaro com Washington vai contra 'os interesses da América Latina', diz analista
O secretário de Estado dos EUA visitou a cidade brasileira de Boa Vista para discutir a crise venezuelana. A visita de Pompeo pode acabar afastando Brasil do resto da América Latina, acredita analista.
Em conversa com a Sputnik Mundo, o especialista Ítalo Beltrão analisou as implicações que podem resultar desta convergência entre EUA e Brasil para o âmbito regional.
A última visita de Mike Pompeo ao Brasil tem sido severamente criticada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que manifestou profunda preocupação com as relações estreitas entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, e que tipo de consequências estas podem trazer para a soberania brasileira.
A respeito
"da política externa de Bolsonaro, esta tem mostrado consistência em seu comportamento, que pretende posicionar internacionalmente o Brasil na linha dos interesses dos grupos mais conservadores".
Neste sentido,
"apesar do seu fraco desempenho diante da pandemia e outros assuntos de política interna, a política externa tem sido firme na adoção de posições inéditas na história diplomática do país, em se tratando de direitos humanos e meio ambiente",
afirmou.
Sabendo isto,
"são adotados posicionamentos não diplomáticos com os governos da França e da China, ambos bastante críticos das políticas adotadas por Bolsonaro tanto a nível geopolítico como ambiental",
afirmou.
Bolsonaro apela a uma convergência estratégica entre Brasil e EUA
Entre as consequências mais diretas,
"se destaca a queda significativa dos investimentos chineses, assim como o questionamento do acordo entre Mercosul e União Europeia",
indicou o especialista brasileiro.
No âmbito da visita de Pompeo,
"o alinhamento de Bolsonaro com Washington vai sem quaisquer dúvidas contra os interesses da China e da América Latina, mas não creio que tal venha a minimizar a incidência do gigante asiático na região",
concluiu Beltrão.