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Internacional

29 de Março de 2017 as 12:03:31



RÚSSIA Eleições em 2018. Quem será o próximo presidente?


Quem será o próximo presidente da Rússia?
 
Anistias, reuniões no Kremlin, perseguições a políticos corruptos e apostas no atual presidente permeiam a futura corrida eleitoral, que já começa a ganhar ritmo.
 
Ekaterina Sinelschikova
Gazeta Russa
 
 
Com um ano para as eleições presidenciais na Rússia, a corrida eleitoral já está ganhando ritmo. Até agora, existe a premissa de que o atual presidente Vladímir Pútin vencerá com mais de 70% dos votos, segundo fontes representando elites regionais.
 
Não houve, porém, nenhuma declaração oficial de que Pútin será candidato: as discussões no Kremlin se mantêm; marqueteiros são convocados pela administração presidencial, um após o outro; vários políticos estão sendo afastados de seus cargos; e as elites ficam apreensivas quando surge um novo vazamento de informação.
 
Há apenas uma certeza quanto aos planos do Kremlin para a campanha.
 
 
Voto de confiança
 
Pútin ainda não anunciou se irá ou não concorrer em 2018, mas, segundo o RBC Media Group, os oficiais do governo partem da premissa de que ele será candidato, e que este será o seu último mandato presidencial.
 
“O cenário é tal que nenhum outro político russo está preparado para desafiar Pútin na corrida, portanto, entende-se que, mesmo com adversários na disputa, Pútin acabará ganhando de qualquer jeito”,
 
disse à Gazeta Russa o diretor do Instituto de Estudos Políticos, Serguêi Markov.
 
“O partido de oposição mais forte do país é o Partido Comunista [da Federação Russa]. Eles têm criticado fortemente a política socioeconômica de Pútin, mas até mesmo os comunistas, na verdade, apoiam a ideia de sua reeleição, porque o veem como pilar e símbolo da nação russa contemporânea”,
 
acrescenta.
 
Segundo Markov, nenhum dos veteranos que ainda figuram na cena política russa, incluindo os septuagenários Guennádi Ziuganov (Partido Comunista) e Vladímir Jirinóvski (Partido Liberal Democrata da Rússia), ou Grigóri Iavlinski (Iábloko), de 64 anos, teriam chance contra Pútin.
 
“Ninguém consegue [ganhar], Pútin não tem concorrência” ..  “Em outras palavras, o que nos espera não é uma eleição, mas um voto de confiança em Pútin.”
 
diz Mikhail Remizov, presidente do Instituto de Estratégia Nacional. 
 
 
Incentivo às urnas
 
O objetivo principal do Kremlin, e também o seu principal problema, é garantir que grande parcela da população compareça às urnas; o voto não é obrigatório no país. Um alto índice de abstenção seria prejudicial mesmo em caso de vitória, pois a legitimidade do próximo presidente é de extrema importância para o Kremlin.
 
“O ano de 2018 marcará o início de dolorosas reformas econômicas na Rússia, que afetarão muitas pessoas”,
 
explicou à Gazeta Russa o diretor-geral do Centro de Tecnologias Políticas, Ígor Bunin.
 
“Para que isso seja implementado com sucesso, não deve haver dúvidas sobre a legitimidade do presidente, portanto, os números [de comparecimento às urnas] devem falar por si só.”
 
Além disso, Pútin estará encerrando um mandato em 2018 e preferiria terminar seu atual governo com popularidade crescente. As eleições seriam, assim, uma avaliação nacional de seu desempenho geral como presidente .
 
Por outro lado, muitos apoiantes do presidente estão tão confiantes de que ele irá vencer que demonstram pouca motivação para votar.
 
“A lógica é a seguinte: por que se preocupar se ele vai ganhar mesmo?”,
 
explica Remizov.
 
Entre os especialistas acredita-se que nenhum dos possíveis candidatos de 2018 será capaz de despertar o interesse dos russos pelas eleições.
 
 
Jovens tecnocratas
 
A reestruturação de poder é uma das atividades que mais tem chamado atenção na linha de governo da Rússia. Cinco governadores perderam o mandato nos primeiros dez dias de fevereiro, e o processo está longe de terminar, garantem os observadores.
 
Os líderes de regiões afastados são, em sua maioria, políticos que vinham enfrentando críticas severas por seu fraco desempenho; em vez de serem substituídos por ex-oficiais do serviço de guarda-costas presidencial ou chefes de segurança pró-Putin, os suplentes são geralmente jovens “administradores eficientes” – não necessariamente leais ao presidente, mas sem peso político nem ambições políticas particulares.
 
O processo está sendo coordenado pelo novo supervisor de política da Casa Civil, o vice-chefe da administração presidencial Serguêi Kirienko.
 
Remizov acredita que Kirienko tenha sido nomeado exclusivamente para essa tarefa, cujo objetivo é reduzir o grau de tensão entre os governadores e a população, e entre os setores liberais da sociedade e as autoridades.
 
 
Opções para liberais
 
O Kremlin também lançou uma campanha eleitoral não oficial para o segmento liberal da sociedade, segundo os analistas, “com uma série de anistias”. Em três casos de destaque, as penas foram revogadas dentro de apenas um mês: o de duas mulheres, culpadas por respostar um vídeo em uma rede social e de enviar mensagens de texto para um amigo na Geórgia avisando sobre o movimento das tropas russas antes da guerra em agosto de 2008, respectivamente; e a de um ativista que participou de um protesto não autorizado, embora pacífico.
 
“Esse degelo, como descrevem os meios de comunicação no país, deve aliviar as tensões nas grandes cidades, onde as pessoas costumam acompanhar os julgamentos de perto”,
 
diz Markov.
 
O caso do líder da oposição Aleksêi Naválni contraria, porém, essa tendência. Com recursos negados, o oposicionista ainda está impossibilitado de concorrer à presidência.
 
“Mas isso pode mudar”,
 
disse uma fonte do Kremlin à Gazeta Russa, acrescentando que a decisão final ainda será tomada. Alguns nomes da administração presidencial defendem que o opositor receba permissão para entrar na corrida, pois acreditam que Naválni não conseguirá vencer, mas sua participação legitimaria o processo eleitoral.
 
 


Fonte: Gazeta Russa, sob autorização mediante indicação da fonte.





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