FIBRIA - Resultados no 4º trimestre/2014
Forte resultado com EBITDA recorde
Aproveitando-se de um cenário favorável de equilíbrio na relação oferta x demanda e da recuperação no preço da celulose, a Fibria encerrou 2014 com um forte resultado operacional. Também favorecida pela desvalorização cambial, a companhia registrou no 4T14 um EBITDA ajustado recorde de R$ 906 milhões (+47,8% T/T), margem de 45,3%, maior nível da história da produtora de celulose.
Colocamos nosso preço alvo em revisão visando adequar nossas premissas com as atuais perspectivas para o mercado de celulose em 2015.
Aumento em produção e vendas. Com o fim do período de paradas, a Fibria apresentou um volume de produção de 1,38 milhão, 2,7% superior ao 3T14. Na mesma direção, as vendas avançaram 2,8% T/T devido ao aumento nas vendas para Europa e América do Norte. Como a companhia conseguiu registrar uma elevação de 4,3% no preço médio em reais, principalmente em função da desvalorização cambial, a Fibria encerrou o 4T14 com um faturamento de R$ 1,9 bilhão (+14,7% T/T). Em 2014, o volume de vendas aumentou 2,1% e, com isso, a companhia encerrou o ano com uma receita de R$ 7,1 bilhões.
Custo Caixa.
O custo caixa ficou em R$ 472/t no 4T14 versus R$ 502/t no trimestre anterior (-6,0%) devido ao menor efeito de paradas (-R$24/t). Em relação ao 4T13, o melhor resultado com venda de energia (-R$22/t) e a melhor eficiência operacional (-R$7/t) foram neutralizados pelo maior gasto com madeira de terceiros (+R$26/t).
Resultado Operacional e Financeiro.
Como as despesas com vendas e administrativas ficaram estáveis em relação à receita, o forte desempenho operacional com elevação nas vendas, maior preço médio em reais e redução no custo caixa resultaram em um EBITDA ajustado – que exclui a variação do valor justo dos ativos biológicos, provisões e outros créditos tributários – de R$ 906 milhões (+47,8% T/T e +10,1% A/A), com margem estável de 45,3%.
Já o resultado financeiro foi novamente influenciado pela desvalorização do real, que gerou uma despesa com variação cambial de R$ 438 milhões e levou a um prejuízo líquido de R$ 128 milhões, porém menor que os R$ 359 milhões negativos registrados no 3T14. Em 2014, a companhia encerrou com lucro de R$ 163 milhões, versus prejuízo de R$ 698 milhões em 2013.
Perspectivas.
No 1º semestre, a Fibria deve continuar a ser beneficiada pela desvalorização cambial, demanda aquecida devido aos baixos níveis de estoques e o reajuste de preços recentemente anunciado (cuja implementação tem sido positiva segundo a companhia).
Além disso, seu foco na gestão do endividamento com a liquidação de US$ 2 bilhões das dívidas de custo mais elevados – que inclui recompra de Bonds – e a consequente redução de sua dívida bruta em dólar em 16,8% sobre 2013, têm resultado em balanço mais confortável para que a companhia possa enfrentar o cenário menos otimista a partir do segundo semestre.
Ressaltamos ainda que a continuidade da venda de excedente de energia deve continuar a trazer uma geração adicional de caixa ao longo dos próximos meses.
Confira no anexo o relatório na íntegra sobre o desempenho da FIBRIA no 4º trimestre de 2014, assinado por VICTOR PENNA, analista de investimento do BB INVESTIMENTOS,