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Investimentos

Segunda-Feira, Dia 04 de Setembro de 2023 as 00:09:21



BRADESCO - Resultado no 2º Trimestre/2023: Momento Desafiador


 
BRADESCO - Resultado no 2º Trimestre/2023
Continuidade do momento desafiador
Por Rafael Reis, CNPI-P
04.08.2023
 
O Bradesco apresentou um resultado que consideramos negativo no 2T23, com lucro líquido recorrente de R$ 4,52 bilhões, equivalente a um ROE trimestral de 11,3%. O resultado foi desfavorecido pela menor margem financeira total, com recuo na margem com clientes (crédito) apesar da receita com o mercado (tesouraria) ter mostrado recuperação.
 
Outros pontos de destaque ficaram por conta de mais um salto nas despesas com provisões para devedores (PDD), a reboque de mais uma alta significativa no índice de inadimplência, mas com compensação importante vindo da área de seguros, que mostrou força na geração de prêmios no trimestre, representando praticamente o único destaque positivo. 
 
Momento. 
 
O lucro do 2T23 do Bradesco, 5,6% superior ao do 1T, não alivia a nossa percepção de pressão sobre o banco, já que percebemos auxílio no trimestre não apenas por um crescimento atípico na área de seguros (R$ 4,8 bi, +31% t/t e +30% a/a), mas também por uma alíquota de imposto substancialmente reduzida (7,9%). 
 
Excluindo o desempenho robusto da área de seguros e a recuperação da tesouraria, que registrou resultado menos punitivo no trimestre, vemos uma série de agravantes nas principais tendências do Bradesco. A carteira de crédito classificada recuou no trimestre (-2,4%) e também já adentrou em território negativo no comparativo anual (-1,0%), uma contração bem mais acelerada do que o mercado total, que na realidade, ainda se expande (+8,9%). 
 
Do lado do crédito, vemos uma receita que encolhe, refletindo o mix mais conservador estabelecido ao longo dos últimos trimestres em um ambiente mais restritivo, e despesas com provisões maiores (+6,5% t/t e +27,2% a/a), fruto de uma inadimplência que preocupa, chegando a 5,9%, uma alta de 0,8 p/p apenas no 2T. Como consequência, o Produto Bancário, que somou R$ 6,24 bi no 2T, cerca de 40% menor em relação ao mesmo trimestre no ano anterior. 
 
Além disso. Os itens não-crédito mostram certa resiliência, já que as receitas de serviço recuam, mas em linha com a carteira de crédito, dada a correlação entre ambos, enquanto as receitas de seguros no trimestre reagiram, explicadas pela originação de prêmios, que se expandiu sobre um primeiro trimestre mais fraco. 
 
Apesar disso, as despesas operacionais se elevaram 2,2% no trimestre e 13,4% a/a, fazendo o banco operar mais pressionado, com o índice de eficiência atingindo 46,8%, o pior desde o 3T20.
 
Perspectivas. 
 
Vimos recuperação da cotação das ações do Bradesco desde o trimestre passado, na esteira de um contágio quanto à melhoria no contexto macro Brasil. No entanto, colocando na balança
 
i)   receitas em dinâmica fraca graças ao crédito substancialmente mais restritivo, 
ii) receitas de serviços mais comedidas, em decorrência do baixo crescimento do crédito, 
iii) inadimplência sitiada, que sugere continuidade de pressão sobre as despesas com provisões, 
iv) vemos pouco alento para o contexto estrutural do Bradesco no curto prazo, e portanto poucos gatilhos adicionais para maior ímpeto da cotação das ações.
 
Preço-alvo e Recomendação
 
Atualizamos o valuation, incluindo novas premissas com base nas dinâmicas mais recentes, e uma ligeira redução no custo de capital próprio dada a descompressão no cenário macro, e apresentamos nosso novo preço-alvo de R$ 18,40 para o final de 2024, o que representa um potencial de valorização de 11,52% com base no preço atual. Salientamos que este preço-alvo deriva da projeção de eventual retorno da capacidade operacional do Bradesco a índices históricos, ou seja, não contempla deterioração ou manutenção do mau momento atual por período prolongado. 
 
Mantemos, ainda, a recomendação neutra para as ações do Bradesco, entendendo que o fim do momento desafiador ainda não está claro.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por
RAFAEL REIS, CNPI-P, analista senior do BB Investimentos.

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: RAFAEL REIS, CNPI-P, analista senior do BB Investimentos





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