Diário de Mercado e Guia de Ações - 30 de julho de 2020
Ibovespa tem realizações com piora externa, colado no S&P500
Comentário.
O índice brasileiro abriu decaindo com o cenário externo sendo preponderante para o comportamento no dia. Na véspera, o Fed, depois de manter a taxa de juros em seu piso histórico, no intervalo entre 0,00% e 0,25%, e proferir um discurso brando, chegou a dar fôlego para os mercados acionários, mas, de certa forma, já era o esperado. Entretanto, agora, os investidores receberam adversamente os balanços divulgados de empresas norte-americanas, somando-se a isto que digeriram mal a prévia da aguardada queda abrupta do PIB 2T20 (-32,9%) dos Estados Unidos – a maior em 75 anos, bem como a perda maior do que a esperada do PIB 2T20 (-10,1%) da Alemanha. De outra mão, os casos de covid-19 seguem se alastrando dentro dos EUA e ainda paira a questão de tensões entre norte-americanos e chineses. Enfim, o noticiário do dia foi um prato cheio para disparar realizações, que somente não a atingiram o índice de tecnologia Nasdaq, com os agentes aguardando os resultados melhores de grandes empresas deste setor.
O dólar comercial tentou se segurar em alta pela manhã, mas cedeu de tarde, para R$ 5,1580 (-0,25%). Os juros futuros baixaram como um todo – destaque para contratos intermediários.
Ibovespa.
O índice deslizou de início, cedendo até -1,5% por volta do meio dia. Na parte da tarde, recuperou boa parte da perda. O Ibovespa fechou aos 105.008 pts (-0,57%), acumulando +2,57% na semana, +10,47% no mês, -9,20% ano e +2,02% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 29,4 bilhões, sendo R$ 27,0 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 28 de julho, a Bovespa apurou saída líquida de R$ 748,596 milhões, acumulando retirada de R$ 6,577 bilhões no mês. Em 2020, o saldo negativo está em -R$ 83,082 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-M variou +2,23% em julho versus +1,56% em junho, acumulando +6,71% no ano e +9,27% em 12 meses. Assim oscilaram seus subíndices: IPA-M em +3,00% (+2,25% em junho); IPC-M em +0,49% (+0,04% em junho); e INCC-M em +0,84% (+0,32% em junho).
Nos EUA, a prévia do PIB 2T20 mostrou retração de -32,9% ante -5,0% no 1T20 – consenso em -34,5%. O Consumo das Famílias teve contração de -34,6% frente a -6,9% no 1T20 – consenso em -34,5%. Na Alemanha, a prévia do PIB 2T20 registrou queda de -10,1% após -2,0% no 1T20 – consenso em -9,0%. Também, houve redução de 18 mil empregos em julho.
Câmbio e CDS.
O dólar oscilou com pequena alta a maior parte do período até às 13h, mas, depois, perdeu força. O comportamento já refletiu a “briga” pela formação da taxa PTAX do Banco Central desta sexta-feira, que precificará os contratos cambiais vincendos no primeiro dia útil de agosto próximo.
A moeda fechou cotada a R$ 5,1580 (-0,25%), acumulando agora -0,92% na semana, -4,92% no mês, +28,56% no ano e +36,06% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) passou a 220 pts ante 221 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros caíram e derrubaram como um todo a sua curva de estrutura a termo, com destaque para os contratos intermediários. Os dados econômicos mais fracos dos EUA e da Alemanha influenciaram o comportamento doméstico no dia, induzindo ainda mais apostas em corte da taxa Selic na próxima semana. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI ago/2020 em 1,98% de 1,99%;
DI outubro/2020 em 1,95% de 1,96%;
DI Janeiro/2021 em 1,91% de 1,92%;
DI janeiro/2022 em 2,63 de 2,74%;
DI janeiro/2023 em 3,65% de 3,80%;
DI janeiro/2025 em 5,20% de 5,38%;
DI janeiro/2027 em 6,11% de 6,29%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 30.07.3030, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICHARDI FERREIRA, CNPI, integrantes do BB Investimentos.