Diário do Mercado na 5ª feira, 16.07.2020
Em dia de realização de lucros, Ibovespa recua 1,22%
Comentário.
As preocupações em torno do crescimento do número de casos de Covid-19 nos EUA e também quanto a um acirramento das tensões comerciais entre americanos e chineses voltaram para o radar dos investidores.
Em um dia marcado pela divulgação de indicadores econômicos com resultados mistos, o movimento observado foi de realização de lucros o que levou a uma queda nas principais bolsas do mundo.
Na China, apesar da divulgação dos dados positivos do PIB do segundo trimestre e também da produção industrial de junho, a queda de 1,8% nas vendas do varejo no mês passado acabou decepcionando o mercado.
Aqui no Brasil, o Ibovespa seguiu acompanhando o movimento das bolsas americanas com a bolsa fechando em queda de 1,22%, após duas altas consecutivas.
Na contramão da bolsa e também das demais moedas emergentes, o real registrou mais uma sessão de valorização frente ao dólar. O dólar comercial fechou o dia cotado a R$ 5,32. Os juros futuros operaram em uma margem estreita durante toda a sessão fechando o dia com ligeiro viés de alta nos vencimentos mais longos.
Ibovespa.
Com o principal índice da bolsa brasileira acumulando um ganho de 7,08% até o pregão de ontem, os investidores aproveitaram para realizar parte dos ganhos obtidos nas últimas sessões. O Ibovespa abriu o pregão em queda indo para abaixo do patamar dos 101 mil pontos onde permaneceu oscilando durante quase todo o dia.
No final da sessão, o índice encerrou na casa dos 100.553 pontos com uma desvalorização de 1,22%. Entre as maiores altas do índice, o destaque foi o desempenho das ações da Cogna Educacional (COGN3) que subiram pouco mais de 5%. Já pelo lado das mínimas, as ações da Embraer (EMBR3) devolveram parte da alta registrada ontem com uma queda de 6,14%. O giro financeiro preliminar da Bolsa foi de R$ 24,1 bilhões, sendo R$ 21,5 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 14 de julho (dado mais recente), os investidores estrangeiros retiraram R$ 485,251 milhões da B3, aumentando o saldo negativo do mês para R$ 5,512 bilhões. No acumulado de 2020, os investidores já retiraram R$ 82,017 bilhões.
Câmbio e CDS.
Na contramão de outras divisas emergentes, o real ganhou força frente ao dólar em mais uma sessão de volatilidade no mercado cambial. Esse movimento pode ser explicado, em parte, pelo ingresso de recursos para ofertas de ações. Outro fator que também tem contribuído é a utilização da moeda brasileira em operações de hedge para proteção de investimentos em outros ativos.
No mercado doméstico, o dólar comercial fechou a sessão cotado a R$ 5,3259 (-0,94%).
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu para 240 pontos contra 239 registrados no dia anterior.
Juros.
Os juros futuros com vencimentos mais longos fecharam praticamente estáveis. Nos vencimentos médios, por outro lado, o viés foi de queda, refletindo a expectativa de juros baixos por um período mais prolongado. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior: DI outubro/2020 se manteve em 2,07%;
DI janeiro/2021 caiu de 2,06% para 2,05%;
DI janeiro/2022 caiu de 3,05% para 3,02%;
DI janeiro/2023 caiu de 4,16% para 4,12%;
DI janeiro/2025 caiu de 5,61% para 5,60%;
DI janeiro/2027 se manteve em 6,42%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de anáise do comportamento do mercado na 5ª feira 16.07.2020, elaborado por RICHARDI FERREIRA, CNPI, e HENRIQUE TOMAZ, CFA, ambos integrantes do BB Investimentos.
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