MARKET UPDATE em 17.01.2020
Henrique Tomaz, CFA, e
Richardi Ferreira
Panorama Externo
Guerra Comercial
O acordo comercial parcial, conhecido como “fase 1”, foi oficialmente formalizado. O documento impõe uma série de obrigações à China
EUA e China assinam fase 1 do acordo
► Os EUA e a China assinaram, na última 4ª feira, 15,01, o acordo parcial "fase 1" que vinha sendo negociado nos últimos meses. O documento assinado impõe uma série de mudanças na dinâmica comercial e econômica da China e inclui diversas áreas como propriedade intelectual, transferência de tecnologia, agricultura, serviços financeiros, moeda e mercado cambial. O acordo inclui ainda o comprometimento por parte da China de importar uma quantia substancial de produtos e serviços americanos ao longo dos próximos anos.
► Em contrapartida, os EUA concordaram em rever, significativamente, as ações da seção 301 do Ato de Comércio, que permitiu a imposição de tarifas aos produtos importados chineses.
Cenário Doméstico
► Setor Serviços
A Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE (PMS) apontou um recuo de 0,1% no volume de serviços em novembro do ano passado. Os serviços prestados às famílias registraram a maior queda no mês (-1,5%)
Volume de serviços recuam 0,1%
Após duas altas fortes nos meses de setembro e outubro, o volume de serviços registrou uma ligeira queda de 0,1% em novembro, na série com ajuste sazonal. Das 5 atividades pesquisadas, 3 apresentaram queda, com destaque para Serviços prestados às famílias (-1,5%) e Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios (-0,7%). Este último influenciado pelo ritmo mais fraco da indústria naquele mês.
No acumulado do ano, porém, o volume de serviços registra uma alta de 0,9%. Em nossa visão, apesar da queda em novembro, o setor deve manter a tendência de crescimento ao longo dos próximos meses, sendo beneficiado pela recuperação do mercado trabalho e pela expansão do crédito (resultante dos recentes cortes na Selic).
► Comércio
Em novembro, o volume de vendas no varejo apresentou a sétima alta consecutiva, avançando 0,6% em relação a outubro
Varejo avança 0,6% em novembro
Varejo. O comércio varejista apresentou uma elevação de 0,6% na passagem de outubro para novembro, na séria com ajuste sazonal. Este foi sétimo mês consecutivo de alta no indicador. O número veio abaixo da expectativa do mercado cuja mediana das projeções apontava para uma alta de 1,2% no volume de vendas. Projeção esta baseada nos bons números da black friday e na liberação dos saques do FGTS. Contudo, a alta no preço dos alimentos acabou limitando o desempenho das vendas do segmento de hipermercados e supermercados, o qual tem um peso relevante no indicador.
No ano, o varejo acumula alta de 1,7%, comparado com o mesmo período do ano passado (janeiro a novembro).
Varejo Ampliado. No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, as vendas caíram 0,5% interrompendo
uma sequência de 8 altas consecutivas
Varejo ampliado recua 0,5% em novembro
No varejo ampliado, que leva em conta veículos e materiais de construção, houve uma retração de 0,5% em novembro na comparação com outubro (séria com ajuste). A queda foi puxada pela retração nas vendas de veículos.
No período de janeiro a novembro de 2019, o indicador acumula uma alta de 3,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já no acumulado de 12 meses encerrados em novembro, a alta foi de 3,6%, apontando um recuo no ritmo das vendas em relação a outubro (3,8%).
O resultado negativo de novembro interrompeu uma sequência de 8 altas consecutivas no indicador.
► Atividade Econômica
Apesar dos números negativos apresentados nas principais pesquisas do IBGE, o IBC-Br apresentou uma elevação de 0,18% em novembro
IBC-Br avança 0,18% em novembro
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, avançou 0,18% em novembro, na série com ajuste sazonal. O índice veio acima da expectativa do mercado, cuja mediana previa uma queda de 0,05%.
No acumulado de 12 meses encerrados em novembro, o indicador acumula uma alta de 0,9%. Já no acumulado de 2019, a alta é de 0,95%.
O indicador elaborado pelo Banco Central é um termômetro que nos permite uma avaliação mensal da atividade econômica e já considera os resultados divulgados pelas principais pesquisas do IBGE (PIM, PMC e PMS).
elaborado por Henrique Tomaz, CFA, e Richardi Ferreira, analistas de mercado integrantes do BB Investimentos.