Diário de Mercado na 5ª feira, 16.08.2018
Vertente eleitoral doméstica predomina sobre alívio de tensão comercial
Comentário.
A instabilidade predominou ao longo de praticamente todo o pregão. As incertezas em relação ao quadro eleitoral doméstico prevaleceu sobre um certo alívio na guerra comercial entre EUA e China.
Assim, o Ibovespa operou descolado dos positivos mercados acionários de Nova York - movimento que se acentuou negativamente do meio da tarde em diante, levando 57 papéis a encerrarem em baixa, dos 58 que compõe o índice.
O dólar também sofreu o mesmo impacto adverso, assim como as taxas de juros mais longas avançaram.
Ibovespa.
Passado os vencimentos de índice futuro e de opções sobre o índice da véspera, o pregão de hoje foi marcado por volatilidade intradiária e um bom giro financeiro. A trajetória oscilante firmou-se em terreno negativo após às 15h, díspar dos índice de Wall Street, com certo desconforto dos agentes em relação ao transitório imbróglio eleitoral doméstico.
O Ibovespa findou aos 76.818 pts (-0,34%), acumulando +0,40% na semana, -3,03% no mês, +0,55% no ano e +11,99% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 9,018 bilhões, sendo R$ 8,756 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 10 (último dado disponível), houve saída líquida de R$ 69,347 milhões em capital estrangeiro da bolsa, acumulando agora saldo positivo de R$ 533,130 milhões em agosto. Em 2018, o ingresso líquido de recursos situa-se em R$ 5,629 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPC-S (semana até 15 de agosto) da Fundação Getúlio Vargas mostrou a inflação ao consumidor quase estável, cedendo ligeiramente de +0,20% para +0,19%, abaixo do consenso de mercado de +0,21%.
Nos EUA, as construções de casas novas em julho subiram tão somente +0,9%, para 1,168 milhão versus 1,158 milhão (dado revisto de 1,173 milhão) em junho, inferior ao +0,74% esperado pelo mercado. Já as licenças para construção em julho cresceram +1,5% para 1,311 milhão, ante 1,292 milhão (dado revisto de 1,273 milhão) em junho, vindo acima do consenso de +1,2%.
Câmbio e CDS.
A movimentação no mercado interno foi diversa do comportamento no mercado internacional, com questões políticas brasileiras terminando por se sobressair. Assim, a trajetória doméstica da divisa foi de queda pela manhã e recuperação na parte da tarde – período em que operou predominantemente em campo positivo.
O dólar comercial encerrou cotado a R$ 3,9020 (+0,13%), acumulando +0,88% na semana, +3,91% no mês, +17,71% no ano e 23,99% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos cedeu para 237 pts, versus 240 pts na véspera.
Juros.
A sessão foi de ajustes, com recuo nos DIS de curto prazo, mas, com progressiva elevação a partir do DI jan/20. O direcionamento no dia foi determinado pelo panorama eleitoral doméstico.
Para a 6ª feira.
No Brasil, serão divulgados o IPC-S / FGV semanal e segunda prévia do IGP-M de agosto. Nos EUA, dados do índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan e o índice antecedente. Na zona do euro, o IPC.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 16.08.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, ambos do BB Investimentos
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