Diário de Mercado na 4ª feira, 08.02.2017
IPCA em piso recorde mantém visão de longo ciclo de afrouxamento monetário.
Petróleo vira e sobe no exterior.
Resumo do dia.
A sessão foi marcada pela surpresa positiva com o aguardado dado doméstico de inflação ao consumidor, medida pelo IPCA, que variou +0,38% em janeiro, impactando sobretudo o mercado de juros. No exterior, a cautela com Trump e as eleições presidenciais na França permaneceram no radar, embora em menor intensidade nesta data.
Já o mercado de câmbio e a própria bolsa de valores oscilaram em consonância com a cotação do petróleo, que reverteu a queda vista pela manhã, após divulgação de estoques abaixo do esperado nos EUA.
Mercado de Ações.
O anúncio dos estoques de petróleo nos EUA, que vieram inferiores às expectativas dos agentes, reanimou os mercados europeu e norte-americano.
Assim, por sua vez, o índice doméstico também acompanhou este movimento e inverteu a queda vista até pouco antes das 14h.
Favorecido pelos avanços da Petrobras, com a alta do petróleo, da Vale que subiu na esteira da elevação do minério de ferro e, especialmente do setor de bancos – o de maior peso, o Ibovespa fechou na máxima do dia, aos 64.835 pts (+0,99%), acumulando -0,18% na semana, +0,26% no mês, +7,65% no ano e +59,72% em 12 meses.
O giro financeiro preliminar da bolsa foi de R$ 7,54 bilhões, sendo o volume do mercado à vista de R$ 7,28 bilhões.
O capital estrangeiro na bolsa acumula em fevereiro (até dia 6 – último dado disponível) evasão líquida de R$ 192,260 milhões, mas ingresso de R$ 6,05 bilhões em 2017.
Agenda Econômica.
Domesticamente, o dado mais importante da semana foi positivo. A inflação ao consumidor medida pelo IPCA (IBGE) elevou-se em 0,38% em janeiro. A alta ante dezembro (+0,30%) já era esperada, porém, a margem ficou menor do que o consenso das projeções de mercado, que apontavam para +0,42% na média.
O dado ganhou destaque ainda maior ao marcar a menor leitura para um mês de janeiro da série histórica, que data de 1994, e com isso perfazer uma elevação de 5,35% no acumulado em 12 meses, ante 6,29% até dezembro, denotando um rápido deslizamento da inflação em direção ao centro da meta do governo, de 4,5%.
Em nossa análise, o indicador tente a ficar abaixo deste patamar central já no segundo trimestre deste ano, mais cedo do que outrora imaginado pelos agentes.
Em relação aos cortes na taxa Selic, embora haja até apostas para uma redução de 100 pts-base na próxima reunião do Copom, entendemos que o ritmo já sinalizado, de redução de 75 pontos-base, deverá ser mantido, pelo menos em seus próximos dois encontros.
Juros.
O dado do IPCA, juntamente com o IGP-DI divulgado na véspera, pavimenta cada vez mais o cenário de flexibilização monetária iniciado no ano passado. Com isso, o mercado de juros viu pela 6ª sessão consecutiva queda da maior parte dos vencimentos ao longo da estrutura a termo da curva de juros.
Dólar e CDS.
No Brasil, o dólar comercial (interbancário) terminou mais uma vez quase “de lado”. A divisa, que em nossa visão encontra-se em tendência de queda ante o real, encontra dificuldades, no entanto, para perder o suporte aos R$ 3,10.
O fluxo externo, que dá sinais de continuidade na esteira de um cenário futuro mais favorável para a economia doméstica, vem sendo contido por incertezas externas, em especial com a gestão Trump, que pode reservar surpresas.
Na sessão de hoje, a moeda finalizou as negociações cotada a R$ 3,1180 (-0,10%), acumulando agora -0,19% na semana, -1,02% no mês, -4,12% no ano e -20,34% em 12 meses.
Risco País
O CDS (Credit Default Swap) de 5 anos(CBIN) do Brasil fechou em 239 pts, ante 241 pts ontem.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análse do comportamento do mercado na 4ª feira, 08.02.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos
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