J B S
13.11. 2015
Resultado 3T15: Resultado robusto advindo principalmente de JBS Foods e Mercosul
JBS divulgou resultado robusto no 3º Trimestre/2015. Apesar do desempenho operacional mais fraco da JBS USA, as melhorias provenientes da JBS Foods e JBS Mercosul, juntamente com a valorização do dólar, contribuíram para um aumento de 40% na receita líquida.
No 3T15, a estratégia de hedge teve um papel significativo para reduzir o impacto negativo da variação cambial sobre o bottom line. Assim, o lucro líquido atingiu R$ 3,4 bilhões, enquanto EPS somou R$ 1,19. FCF também foi beneficiado e ficou positivo em R$ 5,1 bilhões.
Destaques
Em nossa opinião, a JBS Foods continua sendo destaque nos resultados consolidados. A unidade mostrou um mix positivo de maior volume exportado com crescimento constante em alimentos processados.
A combinação de aumentos de volume (+5% A/A) e preços médios mais elevados (+8% A/A) resultou em uma margem EBITDA de 20,7% vs. 17,1% no 3T14.
Em segundo lugar, destacamos o desempenho da JBS Mercosul. Como esperado, ajustes na capacidade da indústria e da recuperação das exportações ajudaram a unidade a reverter a redução nas margens EBITDA observada no primeiro semestre, chegando a 9%, um aumento de 40 bps em relação ao mesmo período do ano passado.
Por outro lado, o desempenho nas unidades dos EUA levou a empresa a margens menores. A redução dos preços médios em dólar e os custos mais elevados impactaram negativamente a rentabilidade da JBS USA beef e a margem EBITDA caiu para 3,4%, de 8,6% (3T14).
Em base anual, o aumento da disponibilidade de porco continua a induzir o mercado a preços médios mais baixos e, consequentemente, a JBS USA pork mostrou uma margem EBITDA de 6,2% vs. 12,1% no 3Q14.
PPC, por sua vez, revelou a maior queda na margem EBITDA, que caiu para 13% (-620 bps face ao ano anterior), principalmente devido a custos não recorrentes e queda dos preços médios.
Assim, a JBS reduziu sua margem EBITDA para 8,9% vs. 11,8% no 3T14.
Geração de caixa e alavancagem
JBS mostrou forte geração de caixa no 3T15. Após o pagamento da Moy Park, o FCF da empresa fechou em R$ 5,1 bilhões. Como resultado, a empresa mostrou um ligeiro aumento T/T na Dívida Líquida / EBITDA para 2.55x, um nível ainda confortável a nosso ver.
Expectativas
O que esperar? Continuamos positivos quanto aos resultados futuros da JBS. Os resultados do 3T15 provaram que a diversificação geográfica tem sido uma estratégia defensiva e a JBS está bem posicionada para lidar com os desafios de seus negócios ao redor do globo.
Para o próximo trimestre, acreditamos que a JBS Foods pode enfrentar pressões de margem devido a um ambiente mais competitivo e aos preços dos grãos mais elevados. Por outro lado, a JBS Mercosul pode "surfar" o melhor momento do setor de carne bovina no Brasil, incluindo a perspectiva positiva para as exportações para novos mercados como China, EUA e Arábia Saudita.
PPC deve apresentar uma ligeira recuperação na margem, dado o crescimento esperado na exportação. Depois de uma sanção imposta por alguns importadores devido à gripe aviária, o mercado parece mostrar gradualmente sinais de retorno. Coreia do Sul, por exemplo, acaba de anunciar a reabertura de seu mercado ao frango americano.
A médio/longo prazos, ganhos de sinergias de aquisições recentes devem beneficiar margens na JBS USA. Primo deve aumentar o volume de vendas de produtos de maior valor agregado e melhorar as exportações.
Além disso, também enxergamos melhora na margem EBITDA da JBS USA pork, podendo voltar para o seu nível histórico de 9%, devido às sinergias provenientes da consolidação da Cargill.
Outperform
Reiteramos nossa recomendação de Outperform. Além da expectativa acima mencionada, o upside de 68% do nosso TP de R$ 24,0 Dez/16 ao preço de fechamento em 12/11/2015, e o atraente múltiplo EV/EBITDA 16E de 4,3x comparado à média histórica da JBS também nos leva a reiterar nossa recomendação Outperform.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o desempenho da JBS no 3º trimestre/2015, elaborado por Luciana Carvalho, CNPI Senior Analyst, e Victor Penna, CNPI Chief-Analyst, ambos do BB INVESTIMENTOS
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