Diário do Mercado na 2ª feira, 03.08.2020
Ibovespa tem dia volátil, mas fecha “de lado”, descolado de NY
Comentário.
O índice brasileiro denotou trajetória errática no dia, operando descolado do comportamento positivo dos índices de Nova York, mas fechou praticamente estável.
Internamente, prevaleceu a cautela dos investidores, observando como deverão ocorrer as discussões sobre a proposta final de reforma tributária no Congresso. Também vale salientar que na próxima quarta-feira, dia 5 de agosto, haverá decisão do Copom, com o consenso de mercado em redução de 25 pts-base, reduzindo a taxa básica de juros (Selic) para um novo piso histórico de 2,00% a.a.
Externamente, a tensão entre os EUA, além da disseminação de uma possível segunda onda da pandemia do coronavírus em território norte-americano foram deixadas de lado. A visão dos investidores se voltou para os indicadores industriais positivos nos EUA e na Europa, além de noticiário corporativo norte-americano considerado favorável, que impulsionaram as bolsas em Wall Street - onde o índice de tecnologia Nasdaq atingiu novo recorde histórico, e no “velho continente”.
O dólar comercial abriu em alta e assim operou ao logo do dia, fechando em R$ 5,3140 (+1,86%). Os juros futuros curtos recuaram e os demais encerraram com sinais divergentes.
Ibovespa.
O índice oscilou bastante ao redor da estabilidade até por volta das 13h30min. A partir daí, tentou firmar-se em alta, acompanhando o exterior, mas tornou a deslizar na hora final. Petrobras e Vale contribuíram negativamente.
O Ibovespa fechou de lado aos 102.830 pts (-0,08%), acumulando, -0,08% no mês, -11,08% ano e +0,15% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 30,9 bilhões, sendo R$ 28,3 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 30 de julho, a Bovespa apurou saída líquida de R$ 613,769 milhões, acumulando retirada de R$ 7,191 bilhões no mês. Em 2020, o saldo negativo está em -R$ 83,696 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
O dólar principiou o mês em alta e navegou a maior parte da sessão acima de R$ 5,30. O movimento de valorização da divisa norte-americana no mercado internacional foi preponderante para o comportamento doméstico.
A moeda fechou cotada a R$ 5,3140 (+1,86%), acumulando +1,86% no mês, +32,45% no ano e +36,57% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) passou a 217 pts ante 218 pts da sexta-feira passada.
Juros.
Os juros futuros curtos baixaram, corroborando a percepção do consenso de mercado de corte de 25 pts-base na taxa básica de juros (Selic) na próxima quarta-feira pelo Copom, para seu novo piso histórico de 2,00%a.a. Os vencimentos intermediários e longos fecharam sem direção única, em um pregão de ajustes de posicionamentos pelos agentes. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI ago/2020 em 1,97% de 1,98%;
DI outubro/2020 em 1,94% de 1,95%;
DI Janeiro/2021 em 1,90% de 1,91%;
DI janeiro/2022 em 2,67% de 2,65%;
DI janeiro/2023 estável em 3,65%;
DI janeiro/2025 estável em 5,18%;
DI janeiro/2027 em 6,06% de 6,07%.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 2ª feira, 03.08.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICHARDI FERREIRA, CNPI, integrantes do BB Investimentos