Diário do Mercado na 3ª feira, 21.01.2019
Ibovespa tem realizações após recorde histórico na véspera
Comentário.
O índice brasileiro havia batido novo recorde histórico no dia anterior, no qual encerrou na máxima do dia. Todavia, como as bolsas da China já haviam caído e os mercados acionários norte-americanos operavam em baixa, o índice doméstico terminou por sofrer realizações ao longo do dia, que foram mais enfáticas do meio da tarde em diante.
A propagação do “coronavírus”, que acometeu os chineses, para as demais nações elevou a aversão ao risco com a confirmação de um primeiro caso nos EUA, na cidade de Seattle, após um cidadão ter voltado de viagem da China.
O receio também é que a doença possa se espalhar ainda mais com o feriado chinês de ano novo, afetando negativamente a economia local, além de contaminar outros países.
Em Nova York, os mercados bursáteis foram afetados e findaram negativos, mas registram ainda positivas variações no mês.
Ibovespa.
O índice já principiou cadente e operou em campo negativo ao longo de todo o pregão, com as perdas se acentuando pouco antes das 15h em direção ao fechamento, que foi na mínima do dia.
Os papéis do setor de bancos foram destaques ponderados na baixa no dia, bem como as ações da Petrobras e da Vale findaram negativas. Individualmente, a maior queda foi da Hering (HGTX3: R$ 27,42; -12,59%), após declarações de membros da empresa, entre os quais “o trimestre que tivemos ficou aquém das nossas expectativas”.
O Ibovespa fechou aos 117.026 pts (-1,54%), acumulando +1,19% no mês (e no ano) e +21,89% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 18,6 bilhões, sendo R$ 16,8 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 17 de janeiro (último dado disponível), a Bovespa teve saída líquida de -R$ 452,618 milhões de capital estrangeiro, apurando saldo negativo de -R$ 7,031 bilhões no mês e no ano.
Agenda Econômica.
No Brasil, a segunda prévia do IGP-M de janeiro mostrou variação de +0,57% versus +2,06% na segunda prévia de dezembro. Os seus subíndices assim oscilaram: IPA-M em +0,67% (+2,85% na segunda prévia de dezembro); IPC-M em +0,45% (+0,74% na segunda prévia de dezembro); e o INCC-M em +0,17% (0,0% na segunda prévia de janeiro). O indicador geral passou a acumular +0,57% no ano e +7,91% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu, oscilou e fechou sempre próximo de R$ 4,20, praticamente o tempo todo em campo positivo. A maior externa aversão ao risco terminou por pressionar para cima a cotação da divisa.
A moeda fechou valendo R$ 4,2050 (+0,41%), acumulando +4,81% no mês (e no ano) e +11,84% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil de 5 anos se manteve em 98 pts.
Juros
Os juros futuros apresentaram recuo em quase todos os seus vencimentos, com destaque de baixa para os vértices intermediários, se descolando do comportamento altista do câmbio.
Os dados de atividade econômica divulgados até agora e a percepção de alívio da inflação depois da divulgação no dia de uma prévia mais baixa do que o esperado do IGP-M (mostrou desaceleração dos preços da carne – vilã da recente elevação dos índices inflacionários) reforçaram apostas de mercado que a taxa básica de juros (Selic) poderá ainda ter novo corte pelo Banco Central em sua reunião no princípio de fevereiro.
Em relação ao pregão anterior, assim fecharam: DI janeiro/2021 em 4,39% de 4,42%; DI janeiro/2022 em 5,01% de 5,08%; DI janeiro/2023 em 5,60% de 5,66%; DI janeiro/2025 em 6,34% de 6,39%; DI janeiro/2027 em 6,73% de 6,77%.
Agenda.
Brasil: IPCA-15, Confiança industrial, Confidência industrial CNI, FGV Confiança do Consumidor, Coleta de impostos, Caged - Criação de empregos formais;
EUA: Vendas de casas usadas, PMI manufatura;
Zona do Euro: BCE – decisão de juros.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 3ª feira, 21.01.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos