Nesta 6ª feira, 17.09, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, decidiu cancelar viagem planejada ao México, diante do vácuo de poder criado pela renúncia coletiva de seu ministério e do comando de diversos órgãos públicos, ordenada por Cristina Kirchner, a vice-presidente.
"O presidente suspendeu as suas viagens ao exterior",
confirmaram fontes oficiais reproduzidas pela imprensa argentina segundo a mídia.
No México, o presidente argentino participaria da reunião da CELAC Cúpula dos Estados da América Latina e do Caribe.
Kirchner ordenou a renúncia de ministros
Sócia majoritária na coligação de governo, Kirchner ordenou a renúncia de vários ministros, secretários e presidentes de organismos públicos. Como resultado, 11 dirigentes de governo renunciaram, o que causou um vácuo de poder, conforme noticiado.
"Não sou eu quem põe o presidente em xeque, mas o resultado eleitoral",
alegou Kirchner em uma carta aberta.
Política Econômica Expansionista
De acordo com a mídia, a vice-presidente exige uma reforma ministerial que altere o rumo do governo e quer também que o Ministério da Economia tenha uma política econômica expansionista para aumentar o gasto público até as eleições legislativas de 14 de novembro.
Já Alberto Fernández preferia adiar mudanças nos ministérios para depois das eleições, entretanto, diante da crise, vê-se obrigado agora a reformular a sua equipe de governo.
A derrota eleitoral do governo traduz-se em uma reprovação da gestão de Fernández, na metade do seu mandato. Contudo, as eleições primárias tendem a ser irreversíveis, antecipando o resultado das eleições de novembro.
"La Grieta": a sociedade dividida
Segundo Anabella Busso, o resultado das eleições primárias mostra que a sociedade argentina está dividida, um fenômeno que no país é conhecido como "La Grieta" e que já existe há muito tempo, o que de certa maneira também reflete uma tradição histórica, mostrando que há pelo menos dois modelos de país na Argentina.