Conexão Mercado - Fechamento de 07.10.2020
Roger Marçal, Gerente,
Luiz Claudio Arraes Liberali
Romulo Ramos Alves
BB DIMEF-Cenários Financeiros
Mercado Externo
Mercados encerram o dia positivos com a Ata do Fomc e a fala de Trump sobre estímulos à economia, com exceção da Europa que fecharam majoritariamente em queda.
► No exterior, os mercados fecharam o dia esperançosos de que alguma ajuda fiscal poderá sair antes da eleição, uma vez que Trump tuitou que adotará algumas medidas de apoio à economia horas depois de suspender negociações com os democratas. A informação de que o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, tiveram uma reunião para tratar de uma ajuda as empresas aéreas também contribuiu para elevar os ânimos.
► Na Ata do Fomc, referente à reunião de setembro, os dirigentes do FED avaliaram que apesar da melhora na atividade econômica, com o apoio fiscal e de crédito, os níveis de atividade pré-pandemia ainda não foram alcançados e que existem riscos significativos, principalmente para o emprego, no médio prazo.
Estimam também que a retomada dependerá do ritmo da evolução da pandemia, e ratificaram a decisão de manter os juros baixos e a compra de ativos por um longo período de tempo. Apesar disso, ressaltaram que se ajuda fiscal não vier a recuperação poderá desacelerar.
► Bolsas: Em NY, os 3 principais índices fecharam em alta, impulsionados com a fala de Trump e Ata do Fomc, com destaque de alta para os setores de aviação. Na Europa, os índices fecharam em queda refletindo a fala de Trump, no dia de ontem, de que não apoiaria novo pacote fiscal até as eleições, com destaque para as ações petrolíferas. Já o DAX fechou em leve alta com ajuda do setor aéreo e automotivo.
► Juros: as yields dos treasures fecharam em alta em todos os prazo, refletindo o movimento de procura por risco.
► Câmbio: O índice Dólar DXY, contra as principais moedas, fechou estável, porém em queda frente ao euro e libra repercutindo a continuação dos estímulos monetários pela Ata do Fomc, recuo de Trump nas pesquisas e dúvidas quanto à novos estímulos fiscais . Entre as emergentes, o dólar ficou dividido, embora majoritariamente fraco.
Mercado Interno
Mercados mistos entre o bom humor externo e as incertezas fiscais no cenário doméstico.
► No Brasil, os mercados operaram voláteis, entre as influências do bom humor externo e as questões fiscais que mantêm investidores na defensiva.
► Enquanto persistem as indefinições sobre o Renda Cidadã, principalmente no que tange às fontes de financiamento do programa, surgem novas notícias. Desta vez, circularam informações, vistas com bons olhos pelo mercado, que a equipe econômica pretende convencer Bolsonaro a desvincular e desindexar despesas do orçamento para fomentar o novo programa social.
► Em ponto sensível, notícia sobre uma possível prorrogação do auxílio emergencial para 2021 também circulou, mas foi negada por Paulo Guedes. Porém, foi suficiente para estressar o mercado e pressionar mais o câmbio.
► Por fim, Campos Neto foi mais uma autoridade a acender o sinal de alerta contra os riscos fiscais, o que mais cedo elevou as taxas do DIs.
► Dólar: segue para fechar em alta frente ao real, cotado próximo aos R$ 5,62, em dia de movimento mista da divisa americana contra as emergentes. Mais uma vez as indefinições no campo fiscal prejudicaram o desempenho da moeda brasileira.
► Juros: fecharam próximos à estabilidade nos vencimentos de curto prazo, em queda nos médios (com bom humor externo e novas informações sobre fonte de financiamento do Renda Cidadã) e em alta nos longos (em sintonia com a alta do dólar e a permanência das preocupações fiscais).
► Ibovespa: zerou as perdas e fechou praticamente estável, mantendo-se no patamar dos 95 mil pontos. Com todas as incertezas e indefinições que pairam a política econômica do país, à véspera de eleições municipais que travam o andamento da pauta do Congresso, além dos impasses entre governo e parlamento, ofuscaram até mesmo a influência do bom humor externo. Assim, a bolsa brasileira não teve força para seguir a forte alta dos pares em NY.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por Roger Marçal, Gerente, Luiz Claudio Arraes Liberali e Romulo Ramos Alves, do BB DIMEF-Cenários Financeiros.