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Investimentos

04 de Outubro de 2020 as 20:10:48



MERCADOS - Análise Semanal - Retrospectiva e Perspectivas para Semana 05 a 09.10.2020


CONEXÃO MERCADO – Análise Semanal de 05 a 09.10.2020
 
Roger Marçal, Macro Estrategista Chefe
Mirela de Castro Rampini
Rômulo Ramos Alves do
BB DIMEF Cenários Financeiros
Mercados Externos
 
 Retrospectiva Semanal
 
► A semana foi marcada pela volatilidade diante de uma agenda política e econômica ativa.
 
►  Payroll (pág 18) mostrou criação de 661 mil vagas de empregos, abaixo dos 850 mil previstos. A taxa de desemprego recuou de 8,4% para 7,9%, melhor que os 8,2% esperados. E os ganhos médios por hora trabalhada avançaram 0,1% (esp. 0,2%) na comparação mensal e 4,8% na anual.
 
► Nos EUA, as negociações entre governo e oposição para se chegar a um acordo sobre o novo pacote de estímulos avançou, mas alguns impasses continuaram. Os democratas ainda pressionam por um nível de estímulos perto de US$ 2,2 tri, enquanto a Casa Branca não aceita passar dos US$ 1,6 tri.
 
► Ainda nos EUA, a agenda de indicadores foi extensa, com os índices de confiança do consumidor vindo melhores que o esperado, assim como o relatório ADP de trabalhos privados. Dados do setor de habitação mostraram forte resultado em agosto, também superando as expectativas, mas o PMI da Indústria veio abaixo da previsão.
 
► No campo político, o primeiro debate para a corrida presidencial nos EUA foi considerado caótico e pouco produtivo para a população, apesar da maioria das pesquisas apontar uma vitória relativa de Joe Biden. Nesta sexta-feira, a notícia de que Trump foi diagnosticado com covid-19 também abalou os mercados e mexeram com as expectativas sobre o próximo debate entre os presidenciáveis (em 15/10).
 
► Ao longo da semana, os investidores acompanharam de perto os discursos dos dirigentes do Fed que, sem exceção, defenderam a necessidade de mais apoio fiscal para que a recuperação econômica não desacelere ou seja interrompida.
 
► No campo geopolítico, destaque para o embate bélico entre o Azerbaijão e em disputa histórica por um território reclamado por ambos os lados.
 
► No mais, o avanço do número de infectados (págs 14 a 17), principalmente na Europa, levantou mais receios de que medidas de restrição terão que ser tomadas. Na Europa, o índice de confiança do consumidor melhorou de -14,7 para -13,9 pts em setembro, enquanto o sentimento econômico avançou de 87,5 para 91,1 pts.
 
► Ainda na Europa, também reverberaram os imbróglios relativos às negociações para o acordo comercial entre UE e Reino Unido, que precisa ser fechado antes do fim do período de transição do pós-Brexit. Apesar de ambos os lados afirmarem que estão dispostos a alcançar um acordo, diversos pontos de impasse ainda continuam atravancando a evolução das negociações, como a questão da pesca. Nesse interim, a Comissão Europeia enviou carta de acusação formal ao UK alegando que o país tem violado as Regras de Retirada.
 
► Bolsas: Em NY, os índices terminaram no campo positivo, seguindo as expectativas de que o pacote fiscal nos EUA ainda tem chances de ser alcançado antes das eleições, apesar dos diversos pontos negativos da semana.
 
► Na Europa, os índices oscilaram fecharam em alta seguindo o otimismo de NY, com os ganhos pressionados negativamente pela piora da pandemia na região, com anuncio de algumas medidas de quarentena, como na Espanha e Itália.
 
► Câmbio: Índice DXY caminha para fechar a semana em leve queda, com o euro ganhando um pouco mais de força, após sinais de que o BCE pode se aproximar do Fed ao adotar uma política de taxa de inflação média.
 
► Juros: As yields dos treasuries terminaram a semana em alta, com parte dos investidores ainda esperançosos de que o novo pacote de ajuda fiscal possa ser aprovado nos EUA, mas também refletindo indicadores, no geral, positivos nos EUA.
 
  Perspectiva Semanal
 
► A semana terá como destaque a divulgação da ata da última reunião de política monetária (FOMC) do FED, além de discursos de pelo menos 7 de seus dirigentes, além do presidente, Jerome Powell. O documento pode dar mais informações sobre a visão do BC americano em relação à situação econômica atual e como estão vendo o futuro. Quanto aos discursos, Williams deve explicar melhor a nova política de meta de média de inflação, enquanto os demais podem reiterar declarações clamando por  mais apoio fiscal.
 
► Quanto aos indicadores, em todo o mundo serão divulgados os resultados finais dos PMIs de Serviços, vendas no varejo na Zona Euro, produção industrial na Alemanha, Reino Unido e França, com perspectiva de melhoria. Na Alemanha e EUA também sairão os resultados das respectivas balanças comerciais, que devem apontar saldo menor que no mês anterior. Na Europa, haverá discursos de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE). Já a China, que retorna de feriado nacional na 6ª feira, 09.10, divulgará o saldo de suas Reservas Internacionais.
 
► No mais, questões não resolvidas nas semanas anteriores deverão continuar no radar dos investidores na semana vindoura.
 
► Nos EUA, democratas e republicanos ainda não conseguiram chegar a um acordo sobre novo pacote de estímulos fiscais no país. Apesar de declarações de ambos os lados referentes ao esforço p/ chegarem a um consenso (democratas querem US$ 2,2 tri, enquanto republicanos só aceitam US$ 1,6 tri), o impasse continua, e deve se prolongar ao longo da semana.
 
► Na Europa, britânicos e europeus seguirão em negociações sobre o relacionamento pós-Brexit e um futuro acordo comercial.
 
► Ainda não há sinais de que as partes conseguiram se acertar, embora o prazo limite esteja próximo do fim. Entretanto, declarações dos negociadores europeus de que  farão todo o possível p/ chegar a um acordo continuam alimentando esperanças. 
 
► Quanto ao coronavírus, o contágio continua avançando no mundo a taxas superiores a 6% na semana, enquanto os óbitos crescem cerca de 4% no mesmo período. A situação da Europa preocupa, com vários países registrando agora tantos casos quanto no pico da pandemia, o que já levou a algumas medidas de restrição de circulação, e o temor por mais interrupções da atividade econômica continua no radar.
 
► Por fim, no cenário eleitoral americano, investidores devem acompanhar com atenção a evolução do estado de saúde de Trump, candidato à reeleição, infectado pela covid19. No dia 7 haverá um debate entre os candidatos à vice-presidência, o republicano Mike Pence, e a democrata Kamala Haris.
 
Com tantas incertezas no cenário, a expectativa é por uma semana de viés cauteloso, com dólar forte contra todas as moedas, quedas p/ os ativos de risco (bolsas e commodities) e aumento da demanda por ativos de segurança (treasuries e ouro).
 
► Como contraponto a essa expectativa, destacamos que notícias sobre avanços no pacote fiscal americano e no acordo pós-Brexit, arrefecimento do coronavírus, além da pressão baixista p/ o dólar observada nas últimas semanas podem reverter o cenário para propenso ao risco, com alta p/ todos os ativos e dólar fraco.
 
Mercados Internos
 
 Retrospectiva Semanal
 
► No Brasil, mais uma semana marcada pela volatilidade, onde predominaram as preocupações com o panorama fiscal local, entre temas polêmicos como as fontes de financiamento para o novo programa social a criação do imposto digital.
 
► A discussão sobre a fonte de financiamento do programa Renda Cidadã voltou ao foco dos investidores, após o relator da PEC do Pacto Federativo, senador Marcio Bittar, informar que, em consenso com líderes dos partidos da base do governo e técnicos da equipe econômica, decidiram utilizar um percentual dos recursos de precatórios e do Fundeb para tornar factível a extensão do programa social.
 
► Contudo, especialistas em contas publicas analisaram que esse mecanismo poderia ser caracterizado como calote ou postergação de dívidas, além de não sinalizar redução de despesas obrigatórias no orçamento para o encaixe do programa social, de modo compatível com as regras fiscais.
 
► Dessa forma, o cenário mais provável é que a utilização desse mecanismo seja descartado, após grande repercussão negativa entre os investidores e muita discussão política. Entretanto, a indefinição para as alternativas gera preocupação e atrasa o andamento da tramitação de matérias no Congresso, como a leitura do parecer da PEC do Pacto Federativo que foi mais uma vez adiada.
 
► Ainda no campo político, não se confirmou a expectativa da criação da comissão mista do orçamento no Congresso. Além disso, segundo os jornais, a equipe econômica deve atrasar o envio da segunda etapa da reforma administrativa para depois das eleições municipais.
 
► Na agenda de indicadores, o IGP-M (Set) variou 4,34% ante 2,74% e agosto, registrando a maior inflação para o mês desde 2002. No acumulado em 12 meses, a inflação no atacado atingiu 17,94%, com grande pressão dos grãos.
 
► A Produção Industrial (Ago) cresceu 3,2% na comparação mensal, com ajuste, enquanto apontou retração de 2,7% (YoY), sem ajuste. Entre as grandes categorias econômicas, destaque para a elevação de 18,5% do bens duráveis, na passagem de um mês ao outro.
 
► Dólar: Alta, com muita volatilidade, refletindo preocupações na esfera fiscal + posição de hedge cambial, diante das incertezas internas. Por outro lado, o enfraquecimento da divisa americana frente as moedas emergentes no exterior limitou, em alguns momentos, uma desvalorização mais acentuada do real.
 
► Juros: Alta em todos os prazos da ETTJ, embutindo prêmios de risco, refletindo o desconforto dos investidores com o quadro fiscal, num ambiente de juros baixos.
 
► Ibovespa: Segue para fechar em baixa, apesar de ter se recuperado do nível baixo de 93,5 mil pts que atingiu no momento de maior aversão ao risco dos mercados. A renda variável doméstica acabou sucumbindo as preocupações de cunho fiscal, se descolando do movimento das bolsas americanas. Destaque negativo para ações da Petrobras e Vale, em contrapartida, o setor financeiro se recuperou após as quedas da última semana, quando questões sobre escândalos de lavagem abateram ações do setor em termos mundiais.
 
  Perspectiva Semanal
 
► No Brasil, os mercados devem permanecer sensíveis as notícias e especulações sobre medidas econômicas, em especial, as que possam trazer impactos para o quadro fiscal. Ademais, a volatilidade do ambiente internacional, também, tende a acentuar a cautela para os ativos domésticos.
 
 
► Internamente, após mais uma semana de debates sobre a fonte de financiamento do programa Renda Cidadã, espera-se que a equipe econômica ganhe um tempo para apresentar novas alternativas em relação ao recursos que possam financiar o programa a partir de 2021, sem que essa nova despesa interfira no cumprimento da regra do teto de gastos.
 
► No entanto, a indefinição sobre as propostas enumeradas e ausência de consenso político, até o momento, geram desconforto para os investidores. O temor se eleva cada vez mais devido ao curto espaço de tempo para a tomada de decisão, dado que, tem-se na agenda uma eleição municipal que atrapalha o ambiente político e tramitações da agenda de reformas no Congresso.
 
► Dessa forma, espera-se que a cena política continue direcionando os ativos domésticos nas próximas semanas, com um tom de cautela, até que, se esclareça de forma concreta quais serão as medidas tomadas para abertura de espaço no orçamento que encaixe o programa Renda Cidadã.
 
► Além disso, os agentes de mercado, também, aguardam sinalizações em relação a disposição no ambiente político para avanço da agenda de reformas, que seria importante neste momento de elevado desiquilíbrio fiscal, que foi impactado pelos efeitos da pandemia
 
► Na agenda de indicadores, destaque para: (i) IPC-S e IPC-FIPE (1ªQuad/Out); (ii) IPCA (Set); (iii) IGP-M (1ª Prévia/Out); (iv) IGP-DI (Set); e (v) Vendas a Varejo (Ago).
 
► Os IGP’s tendem a continuar pressionados por grãos, enquanto a inflação ao consumidor deve acelerar, por influência do grupo Alimentação, mas mantendo um perfil benigno nos núcleos e o acumulado em 12 meses abaixo da meta
 
Expectativas para a próxima semana
 
• Dólar: Alta frente ao real, predomínio das preocupações de cunho fiscal + posição de hedge cambial + movimento de cautela externa -> Contraponto: notícias sobre captações externas + desmonte de posições de hedge diante da alta dos DI’s + atuações pontuais do BC.
 
• ETTJ: Alta em todos os prazos, com movimento mais acentuado nos vértices médios e longos. Incertezas domésticas + valorização do dólar + cautela externa. Outra questão a se ressaltar para o mercado de juros diz respeito aos leilões do Tesouro Nacional que tem influenciado bastante o movimento dos DI’s -> Contraponto: preocupações com a retomada da atividade global + perspectiva de juros baixos.
 
• Ibovespa: Queda, acompanhando as bolsas globais e commodities + preocupações fiscais + incertezas com e economia global -> Contraponto: ampla liquidez + perspectiva de juros baixos por período prolongado.

 

Confira no anexo a integra do relatório a respeito preparado por ROGER MARÇAL, Macro Estrategista Chefe, MIRELA DE CASTRO RAMPINI, RÔMULO RAMOS ALVES,
do BB DIMEF Cenários Financeiros

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: ROGER MARÇAL, Macro Estrategista Chefe, MIRELA DE CASTRO RAMPINI, RÔMULO RAMOS ALVES, do BB DIMEF Cenários Financeiros





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