Conexão Mercado – Fechamento em 23.10.2020
Roger Marçal, Gerente,
Mirela de Castro Rampini
Elifrancis Braga Almeida do
BB DIMEF Cenários Financeiros
MERCADO EXTERNO
Indefinição sobre pacote fiscal nos EUA pesou sobre mercados, que terminaram mistos.
► Nos EUA, a dificuldade de aprovar mais estímulos fiscais freia o otimismo global.
► Mnuchin, secretário do Tesouro, ainda vê diferenças significativas entre republicanos e democratas p/ fechar um acordo. Pelosi voltou a reiterar que está otimista de que governo e oposição fecharão acordo por novo pacote fiscal antes das eleições.
► Mark Meadows, chefe de gabinete da Casa Branca, disse que o acordo pode ser fechado em “1 dia ou +/- isso”. Já Kudlow, conselheiro econômico, diz que será muito difícil fechar um acordo antes das eleições de 3 de novembro.
► O petróleo acentuou quedas, após a Líbia informar o fim do bloqueio de portos no país, fechados por conta de conflitos locais. Acrescentou que retomará a produção, devendo ultrapassar 1 milhão de barris por dia nas próximas 4 semanas, o que deve acentuar a preocupação com o excesso de oferta do produto, em meio a temores de queda na demanda devido a interrupções por segunda onda de coronavírus.
► Além do avanço do contágio na Europa, os EUA registraram novo recorde diário de casos, 77.640, o maior desde 29.07.20. O número de óbitos foi de 921 no dia foi de 921, pela contagem da NBC News, totalizando 224.398 vidas perdidas no país devido à covid-19.
► Segundo o Wall Street Journal, os testes da vacina da Oxford/AstraZeneca poderão ser retomados nos EUA, após a FDA ter concluído estudos sobre possíveis danos neurológicos em 2 voluntários, e não ter encontrado indícios de que o imunizante teria causado os problemas.
► Bolsas: Em NY, as bolsas operaram no negativo a maior parte do tempo, mas melhoraram no fim da sessão, após fala animadora de Meadows sobre o pacote fiscal. Na Europa, as bolsas subiram, apoiadas por indicadores positivos e balanços do setor financeiro que superaram as expectativas. Os ganhos foram limitados pela continuidade da expansão do coronavírus na região.
► Juros: As yields dos treasuries fecharam em queda na maioria dos prazos, com exceção da T-bill 1 ano, e T-note 2 anos, que subiram.
► Câmbio: Dólar ficou misto, em alta ante a libra, mas em queda ante demais principais. O DXY caiu. Entre as emergentes, destaque de desvalorização p/ o real e a lira turca.
MERCADO INTERNO
Mercados operaram voláteis, com viés de cautela, de olho no exterior e nos dados econômicos
No Brasil, os mercados operaram voláteis, com viés de cautela, monitorando os sinais sobre o novo pacote de estímulos nos EUA e o resultado do IPCA-15.
► O IPCA-15 de outubro registrou variação de 0,94% no mês, ficando acima do
esperado pelo mercado (0,83%). No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa subiu para 3,52% (de 2,65% até setembro).
► O grupo de alimentação subiu 2,95% em outubro, com destaque para a alta de preço em carne bovina (4,83%). Na mesma direção, o grupo de transportes apresentou alta de 1,34% no mês, reflexo da alta de 1,00% em combustíveis de veículos e 39,0% nos preços de passagens aéreas.
► O Credit Suisse elevou a projeção para a inflação oficial em 2020 e 2021. Para este ano, a projeção passou de 2,8% para 3,15% e, para 2021, de 3,4% para 3,55%.
► Maia voltou a afirmar que não há possibilidade de prorrogar o estado de calamidade, em entrevista à imprensa ao lado do governador em SP, João Doria
► Dólar: fechou em alta frente ao real, embora instável, ficando em torno de R$ 5,62, refletindo a cautela dos investidores à véspera do final de semana, com indefinição sobre o pacote de estímulos nos EUA + incertezas locais.
► Juros: agregaram prêmios de risco de forma expressiva nos prazos médios e longos, reagindo ao resultado do IPCA-15 acima das expectativas + alta do dólar.
► Ibovespa: fechou em queda, ficando no nível dos 101 mil pts, no aguardo de progresso nas negociações de estímulo dos EUA + realização de lucros. Destaque para queda de Petrobras e alguns papéis do setor financeiro.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por
Roger Marçal, Gerente, Mirela de Castro Rampini e Elifrancis Braga Almeida,
do BB DIMEF Cenários Financeiros
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