Conexão Mercado – Fechamento em 23/09/2020
Roger Marçal, Gerente
Luiz Claudio Arraes Liberali
Romulo Ramos Alaves
do BB DIMEF
Mercado Externo
Aversão ao risco domina os mercados após muita volatilidade
► No exterior, a sessão foi marcada por uma elevada volatilidade nos ativos, que finalizaram o pregão apontando aversão ao risco diante das renovadas incertezas quanto à retomada da economia global.
► Nos EUA, Pompeo, secretário de Estado, afirmou que há um consenso bipartidário no governo sobre a ameaça do partido comunista chinês. Segundo a Reuters, Trump deve indicar o substituto para a vaga da Suprema Corte no próximo sábado, pois isso traz vantagem no processo eleitoral, podendo inclusive definir a eleição.
► Quanto aos discursos dos membros do Fed, suas abordagens foram similares as de Powell (presidente) e Clarida (vice). Evans disse que sem estímulos fiscais, o mercado de trabalho deve desacelerar. Além disso, indicou que o Fed cogita efetuar mais compras de títulos, porém não agora. Rosengren e Kashkari seguiram no mesmo sentido reforçando a necessidade de novos estímulos ficais, porém acreditam que devido à proximidade da eleição é um empecilho para o fechamento de um acordo. Já Quarles afirmou que há boas perspectivas para a economia, no entanto os riscos ligados à pandemia continuam significativos.
► Na Europa, Lagarde, presidente do BCE, expressou preocupação com o processo de retirada das medidas de apoio fiscal. No mais, acrescentou que a recuperação da economia está em curso, mas é incerta, incompleta e desigual.
► Bolsas: Em NY, após uma abertura positiva, os índices fecharam em queda forte, após os discursos de Powell e de outros membros do Fed endossarem a necessidade de novos estímulos fiscais, porém ressaltarem que estão pessimistas quanto a um acordo político neste momento. Os índices foram pressionados especialmente por ações do setor de tecnologia e serviços de comunicação.
► Juros: As yields dos treasuries fecharam mistas, apesar da busca por segurança
► Câmbio: O índice DXY fechou em alta, assim como o dólar se fortaleceu ante as moedas emergente devido à maior busca por ativos mais seguros.
Mercado Interno
Mercados operaram sob influência do cenário externo e com investidores à espera do leilão do Tesouro
► No Brasil, os mercados fecharam em tom de cautela, em linha com o cenário externo, após alerta dos dirigentes do Fed sobre necessidade de estímulos para sustentar a recuperação da economia e o impasse sobre novas medidas no Congresso americano.
► Na cena política doméstica, Guedes voltou a falar sobre a criação do novo tributo digital, desta vez com o aval de Bolsonaro. No entanto, o presidente da comissão da reforma tributária no Congresso repetiu aquilo que vem sendo dito por Rodrigo Maia: “não há clima para discutir um novo imposto nos moldes da antiga CPMF”.
► Na agenda de indicadores, o IPCA-15 subiu 0,45% em setembro, superando mediana de estimativas de 0,39%, após ter registrado 0,23% no período anterior. Alimentos continuam pressionando a inflação, o que já era esperado.
► Por fim, investidores seguem monitorando os leilões do Tesouro, com o próximo
aguardado para quinta-feira. Em sessões recentes o mercado de juros reagiu antecipadamente, o que não foi diferente hoje.
► Dólar: fechou em forte alta frente ao real, aproximando-se dos R$ 5,60, em linha com as demais moedas emergentes. As incertezas locais também continuam pressionando o real, que mais uma vez apresentou um dos piores desempenhos entre as divisas emergentes.
► Juros: fecharam em alta, mais intensamente nos vértices médio e longo, reagindo antecipadamente ao leilão do Tesouro e em sintonia com a alta do dólar.
► Ibovespa: fechou em queda, acompanhando os pares de NY, recuando ao patamar dos 95 mil pts. O apetite dos investidores por ações a preços atrativos após a forte queda chegou a gerar um princípio de recuperação, mas o índice não se sustentou com a derrocada das bolsas americanas
Confira no anexo a íntegra do relatório preparado por Roger Marçal, Gerente, Luiz Claudio Arraes Liberali, Romulo Ramos Alaves, do BB DIMEF Cenários Financeiros