Diário de Mercado na 2ª feira, 13.08.2018
Ibovespa sobe à revelia do exterior e crise turca
Comentário.
A crise turca foi, mais uma vez, a tônica da queda dos principais mercados pelo mundo nesta segunda-feira. O receio de contaminação através de bancos europeus com grande exposição a ativos turcos elevou a cautela e a aversão ao risco entre os investidores.
Não obstante, na contramão do desempenho ruim das bolsas, o Ibovespa registrou firme alta (+1,28%) – alicerçada pelos fortes ganhos das blue chips. O avanço, todavia, não foi capaz de apagar os 6% de queda contabilizados após cinco pregões negativos consecutivos – apenas na sexta-feira (10), o índice mergulhou quase 3%.
No mercado de câmbio, o dólar encerrou bem longe da máxima, valendo R$ 3,88 (+0,52%). O mesmo ocorreu no mercado de juros, quando os vértices de médio e longo prazos se afastaram das máximas, encerrando, ainda, em alta moderada.
Ibovespa.
O principal índice doméstico iniciou o pregão em baixa, mas passou a operar com ganhos durante a tarde, acelerando à máxima no caminho para o fim da sessão. Os ganhos se difundiram e apenas 10 dos 68 papéis que compõem o índice recuaram. Destaque para as blue chips, que subiram mais de 1%; à exemplo dos bancos, Petrobras e Vale – mesmo dado comportamento oposto dos preços das commodities.
O Ibovespa fechou aos 77.496 pts (+1,28%), recuando ainda 2,18% no mês, mas avançando 1,43% em 2018 e 15,05% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 9,65 bilhões, sendo R$ 9,50 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 9 (último dado disponível), houve ingresso líquido de R$ 7,861 milhões em capital estrangeiro na bolsa, elevando o saldo de agosto para R$ 595,468 milhões. Em 2018, o saldo ainda é negativo em R$ 5,567 bilhões.
Agenda Econômica.
Dos dias 6 a 12 de agosto, a balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 277 milhões. Em 2018, a balança comercial acumula superávit de US$ 34,08 bilhões, abaixo dos US$ 43,70 bilhões de resultado positivo registrado no mesmo período de 2017.
Câmbio e CDS.
O dólar seguiu avançando ante a maior parte das principais moedas nesta segunda-feira, em meio às tensões que rondam possíveis desdobramentos da crise turca. No mercado doméstico, a divisa mostrou força, chegando a valer R$ 3,9280 na máxima, mas arrefeceu firmemente ao se aproximar do fechamento.
A moeda encerrou cotada a R$ 3,8880 (0,52%), acumulando alta de 3,54% em agosto, 17,29% em 2018 e de 22,34% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos avançou a 252 pts, ante 237 pts da sexta-feira (10).
Juros.
Após forte alta na última sexta-feira, os juros futuros chegaram a cair pela manhã, mas inverteram o sinal durante a tarde na esteira da crise turca. Os contratos de curto prazo encerraram a sessão regular praticamente estáveis, ao passo que os vértices de médio e longo prazos avançaram – todavia distante das máximas, acompanhando também forte apreciação do dólar no mercado doméstico.
Para a semana.
No Brasil, volume do setor de serviços (IBGE), dados de inflação como IGP-10 e IPC-S (FGV), e o grande destaque, a atividade econômica pelo IBC-BR (Bacen). No exterior, vendas no varejo e produção industrial na China, PIB na Alemanha e Zona do Euro, Inflação ao consumidor na França, Alemanha e Zona do Euro, e nos EUA vendas no varejo, produção industrial, e confiança pela Universidade de Michigan.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 13.08.2018, elabordo por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, ambos do BB Investimentos.