Diário do Mercado na 3ª feira, 04.08.2020
Ibovespa sofre realizações com questões domésticas no radar
Comentário.
O índice brasileiro encerrou pelo quarto pregão consecutivo em campo negativo, com novo descolamento inferior aos índices de Nova York no dia. Internamente, as incertezas sobre as discussões da reforma tributária no Congresso e seu desenrolar sobre o impacto fiscal que advirá trouxeram cautela aos investidores.
Neste panorama, existem tanto questões de curto prazo, como prorrogação do auxílio emergencial e do estado de calamidade pública, quanto de longo prazo, com a percepção dos agentes voltada também para a redução da relação dívida sobre PIB.
De outra mão, houve rumores do surgimento de uma proposta de limitação de cobrança de juros anuais pelas instituições financeiras. Neste panorama, nem mesmo os dados acima das expectativas de mercado de produção industrial e de vendas de veículos conseguiram melhorar o humor dos investidores.
Externamente, nos EUA, as bolsas subiram novamente e o índice de tecnologia Nasdaq renovou seu recorde histórico, com a visão de mercado que que ocorrerá um acordo entre republicamos e democratas sobre o novo pacote fiscal de auxílio proposto pelo governo do presidente Donald Trump.
O dólar comercial recuou, realizando recente elevação, fechando a R$ 5,2850 (-0,55%). Os juros futuros, exceto o curtíssimo, subiram – destaque para os contratos intermediários.
Ibovespa.
O índice cedeu após sua abertura, mas tentou reagir em seguida. Todavia, após às 11h, foi perdendo forças até a primeira hora da tarde, esboçando tão somente leve reação em seguida.
O Ibovespa fechou de lado aos 101.215 pts (-1,57%), acumulando -1,57% no mês, -12,48% ano e -1,42% em 12 meses. O vigoroso preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 40,4 bilhões, sendo R$ 36,8 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 31 de julho, a Bovespa mostrou retirada líquida de R$ 1,841 bilhão, findando o mês com saída líquida de R$ 8,408 bilhões no mês. Em 2020, o saldo negativo está em -R$ 84,913 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
O dólar chegou a operar a maior parte da manhã em alta, mas, acompanhando o movimento da divisa no mercado internacional, foi declinando e seguiu navegando em terreno negativo ao longo de toda a tarde.
A moeda fechou cotada a R$ 5,2850 (-0,55%), acumulando +1,30% no mês, +31,73% no ano e +35,83% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu a 221pts ante 217 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros subiram, com exceção daquele de curtíssimo prazo, que está atrelado à percepção do consenso dos agentes de redução de 25 pts-base curtos na taxa básica de juros (Selic) pelo Copom nesta quarta-feira, para seu novo piso histórico de 2,00% a.a. Destaque de alta para os vencimentos intermediários. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI ago/2020 em 1,96% de 1,97%;
DI outubro/2020 em 1,95% de 1,94%;
DI Janeiro/2021 em 1,92% de 1,90%;
DI janeiro/2022 em 2,74% de 2,67%;
DI janeiro/2023 em 3,76% de 3,65%;
DI janeiro/2025 em 5,28% de 5,18%;
DI janeiro/2027 em 6,18% de 6,06%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análsie do comportamento do mercado na 3ª feira, 04.08.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICHARDI FERREIRA, CNPI, integrantes do BB Investimentos
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