Diário do Mercado na 3ª feira, 087.04.2020
Ibovespa se descola positivamente dos índices de Nova York
Comentário.
O índice brasileiro performou mais um pregão positivo, que somente não foi melhor em virtude das bolsas de valores norte-americanas terem tido fracos desempenhos no dia. A trajetória doméstica acompanhou as movimentações do índice S&P 500, mas sempre mantendo valorização superior e positiva.
Externamente, a elevação de casos em Nova York e as quedas de preços do petróleo pesaram sobre os mercados acionários de Wall Street. Todavia, houve uma percepção melhor sobre os países emergentes, que haviam sofrido maiores reveses recentes em seus mercados, com uma recomposição parcial de posicionamentos.
Tanto o petróleo tipo Brent (US$ 31,87; -3,57%), como tipo WTI (US$ 23,63; -9,40%) tiveram baixas após a Administração de Informação de Energia (EIA) - órgão vinculado ao Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE) - divulgarem estimativa que haverá neste ano a maior queda na demanda pelo petróleo desde 1990, de -5,2% em 2020 ante 2019, para 95,5 milhões de barris por dia.
Enfim, houve uma pequena recuperação dos mercados bursáteis no curto prazo, acomodando um pouco as abruptas quedas recentes, mas ainda falta uma maior consistência nas estimativas sobre os crescimentos futuros das economias e, por conseguinte, do impacto sobre as empresas.
O dólar comercial recuou novamente, fechando cotado a R$ 5,2280 (-1,17%). Os juros futuros recuaram e derrubaram como um todo a sua curva de estrutura a termo.
Ibovespa.
O índice abriu em ascensão e se aproximou dos 80 mil pts logo na primeira hora de negócios. Depois, cedeu ligeiramente, mas se manteve em alta firme alta até depois das 13h. A partir daí, foi gradualmente arrefecendo, perdendo um pouco mais de força na hora final, seguindo a cadencia dos índices norte-americanos.
O Ibovespa fechou aos 76.358 pts (+3,08%), acumulando +9,81% na semana, +4,57% no mês, -33,97% ano e -21,37% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 26,8 bilhões, sendo R$ 24,3 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 3 de abril, a Bovespa apurou saída líquida de capital estrangeiro de R$ 1,309 bilhão, acumulando retirada líquida de R$ 2,372 bilhões no mês (após saída líquida mensal recorde de R$ 24,207 bilhões em março). Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 66,710 bilhões (acima da retirada líquida recorde de -R$44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, as vendas a varejo restrito variaram +1,2% em fevereiro, com ajuste sazonal, ante -1,4% em janeiro (revisto de -1,0%) e +4,7% versus janeiro de 2019. O indicador passou a acumular +3,0% no ano e +1,9% em 12 meses. Já o comércio varejista ampliado oscilou +0,7% em fevereiro, com ajuste sazonal, versus +0,6% em janeiro e +3,3% frente a janeiro de 2019. O indicador acumula agora +3,4% no ano e +3,6% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) teve seu segundo dia de baixa, acompanhando a sua movimentação no mercado internacional, no qual perdeu força frente a divisas de países emergentes, em mais um dia de ajustes depois das recentes altas.
A moeda fechou cotada a R$ 5,2280 (-1,17%), acumulando -1,82% na semana, +0,62% no mês, +30,31% no ano e +35,06% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) baixou para 318 pts contra 345 pts na véspera.
Juros.
Os juros futuros recuaram e derrubaram como um todo a sua curva de estrutura a termo, com destaque para os vencimentos intermediários. Uma melhor percepção do cenário doméstico e o recuo do dólar induziram o comportamento no dia. Assim findaram as taxas em relação ao dia anterior:
DI julho/2020 em 3,34% de 3,37%;
DI janeiro/2021 em 3,21% de 3,28%;
DI janeiro/2022 em 4,06% de 4,16%;
DI janeiro/2023 em 5,36% de 5,49%;
DI janeiro/2025 em 6,96% de 7,07%;
DI janeiro/2027 em 7,74% de 7,84%.
Agenda. vide página 3 do anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 07.04.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos.
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