Diário do Mercado na 4ª feira, 01.04.2020
Bolsas tornam a cair com percepção adversa do quadro global
Comentário.
O índice doméstico sucumbiu mais uma vez à continuidade da visão dos agentes de piora do panorama global. Externamente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citou que até 240 mil norte-americanos poderão falecer em virtude do coronavírus, elevando a aversão ao risco e piorando o humor interno dos mercados acionários locais, que caíram cerca de -4,4% e contaminaram as demais bolsas pelo mundo.
O Ibovespa esteve literalmente colado no índice S&P500 até por volta das 14h, mas com a alta da Petrobras, terminou com baixa menor do que Wall Street. Na Europa, a situação ainda prossegue preocupante em relação à disseminação da enfermidade.
De outra mão, o petróleo recuou novamente com a elevação das reversas norte-americanas acima das estimativas. Enfim, o cenário permanece se deteriorando, com alguns agentes estimando retração maior do que antes previsto no crescimento das maiores economias, com reflexos negativos sobre os emergentes. A tendência de baixa nos índices acionários permanece.
O dólar comercial atingiu novo recorde histórico de fechando, em R$ 5,2600 (+1,23%). Os juros futuros avançam, acompanhando o comportamento altista da moeda norte-americana.
Ibovespa.
O índice principiou com “gap de abertura de baixa” e passou o restante do pregão circundando os 70.600 pts (-3,30%). A Petrobras foi o destaque positivo ponderado, com anúncio de possível corte de custos, e se sobressaíram ações do setor de alimentos e vinculados à exportação. Já os papéis de bancos pesaram no dia.
O Ibovespa fechou aos 70.966 pts(-2,17%), acumulando -3,35% na semana, -2,81% no mês, -38,63% ano e -26,12% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 21,8 bilhões, sendo R$ 19,8 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 27 de março, a Bovespa teve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 1,421 bilhão, acumulando saída líquida de R$ 22,694 bilhões em março (fevereiro: recorde de retirada mensal de -R$ 20,971 bi).
Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 62,823 bilhões (acima da saída líquida recorde de -R$44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, a produção industrial variou +0,5% em fevereiro ante +0,9% em janeiro – consenso em -0,4%, e recuou -0,4% em relação a fevereiro de 2018 – consenso em -2,3%. O PMI manufatura contraiu a 48,4 pts em março ante 52,3 pts em fevereiro.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) atingiu um novo recorde de cotação, impulsionado pela visão dos investidores de piora do panorama global, buscando “proteção” e pressionando ainda mais as economias emergentes.
O Banco Central vendeu US$ 645 milhões em leilão de dólar à vista.
A moeda fechou a R$ 5,2600 (+1,23%), acumulando +3,02% na semana, +1,23% no mês, +31,11% no ano e 35,78% em 12 meses.
Risco-Pais
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu para 338 pts frente a 276 pts na véspera.
Juros.
Os juros futuros subiram e levaram como um todo a sua curva de estrutura a termo, se sobressaindo os contratos intermediários e longos. As taxas terminaram influenciadas pelo comportamento altista do dólar no dia. Assim findaram as taxas em relação ao dia anterior:
DI julho/2020 em 3,38% de 3,37%;
DI janeiro/2021 em 3,25% de 3,24%;
DI janeiro/2022 em 4,21% de 4,05%;
DI janeiro/2023 em 5,50% de 5,30%;
DI janeiro/2025 em 6,97% de 6,75%;
DI janeiro/2027 em 7,73% de 7,48%.
Agenda. vide página 3 do anexo.
Empresas. Calendário de Balanços de Empresas 4T19 – vide página 4 do anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 01.04.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
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