Diário do Mercado na 4ª feira, 25.09.2019
Ibovespa avança com alívio em relação à guerra comercial
Comentário.
O índice doméstico foi favorecido por um maior otimismo externo em relação à guerra comercial entre EUA, encerrando na máxima do dia. Em suma, o motivador da melhoria foi a declaração do presidente norte-americano, Donald Trump, que um acordo comercial com os chineses pode ocorrer antes do que se pensa (na véspera, na ONU, ele havia tecido críticas ao país asiático).
Também, a possibilidade de impeachment do chefe de estado dos EUA perdeu força com a revelação da transcrição de uma conversa de Trump com o presidente da Ucrânia, que havia sido o estopim deste imbróglio, que foi considerada menos contundente do que os agentes imaginavam anteriormente.
De qualquer forma, vale lembrar que o partido republicano, do presidente, tem maioria no Senado. Neste cenário, as bolsas de Nova York avançaram e contagiaram positivamente os demais mercados acionários pelo mundo.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,15400 (-0,36%), após ter atingido máxima de R$ 4,1930 (+0,57%). Os juros futuros operaram a maior parte do dia em campo positivo, mas cederam do meio da tarde em diante, acompanhando a valorização do real.
Ibovespa.
O índice, basicamente, abriu e permaneceu em baixa boa parte do pregão. Contudo, nas duas horas finais, impulsionado pela melhoria dos índices de Wall Street, recuperou-se e escalou até fechar na máxima do dia, próximo aos 104.500 pts - patamar ao redor do qual tem oscilado desde o recente dia 12 de setembro.
O Ibovespa fechou aos 104.480 pts (+0,58%), acumulando -0,32% na semana, +3,31% no mês, +18,88% no ano e +32,88% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,126 bilhões, sendo R$ 12,941 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 23 de setembro (último dado disponível), a retirada líquida de capital estrangeiro foi de -R$ 293,201 milhões na Bovespa, com o saldo positivo passando a R$ 1,437 bilhões no mês. Em 2019, a saída líquida acumulada passou a -R$ 19,791 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o CAGED registrou criação de 121.387 postos de trabalho em agosto, sendo o melhor resultado para o mês desde 2013. O indicador passou a acumular 593.467 novas vagas no ano, ante 568.551 no mesmo período no ano passado, e 530.396 novos empregos em 12 meses.
O Banco Central informou que a taxa de inadimplência de empréstimos pessoais passou a 4,9% em agosto ante 4,8% em julho (dados preliminares).
Nos EUA, as vendas de casas novas cresceram +7,1% em agosto versus -8,6% em julho, acima do consenso de mercado de +3,8%.
Câmbio e CDS.
O dólar, inversamente ao Ibovespa, operou a maior parte da sessão em alta, mas sucumbiu do meio da tarde em diante na esteira de uma menor aversão ao risco internacional.
A moeda fechou cotada a R$ 4,1540 (-0,36%), variando +0,02% na semana, +0,29% no mês, +7,20% no ano e +2,01% em 12 meses
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos permaneceu estável em 136 pts.
Juros.
Os juros futuros fecharam quase estáveis nos vencimentos curtos e pequenas baixas ocorreram nos contratos intermediários. Já nos vencimentos mais longos, as quedas foram mais perceptíveis.
Em relação à sessão anterior, assim fecharam: DI janeiro/2020 estável em 5,10%; DI janeiro/2021 em 5,01% de 5,03%; DI janeiro/2023 em 6,12% de 6,15%; DI janeiro/2025 em 6,73% de 6,79%; DI janeiro/2027 em 7,06% de 7,13%.
Agenda.
Brasil: Relatório Trimestral de Inflação - Bacen, IGP-M, Taxa de desemprego, Resultado primário do governo central;
EUA: PIB, Consumo pessoal, Balança comercial, Pedidos de bens duráveis, PCE (núcleo), Índ. Conf. Consumidor Univ. Michigan,
Japão: Produção industrial;
China: PMI manuf. Caixin, PMI manuf. oficial.
Confira o anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 25.09.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos