Diário do Mercado na 4ª feira, 29.01.2020
Ibovespa não segura ganhos com incerteza sobre o “coronavírus”
Comentário.
O índice brasileiro findou em baixa, com os investidores preferindo realizar posições diante do panorama ainda incerto sobre a propagação do “coronavírus”.
O índice se descolou negativamente das bolsas de Nova York, que fecharam divergentes e próximas da estabilidade. Nos EUA, os mercados acionários não descartaram os possíveis efeitos da doença advinda da China, mas dividiram seu foco com a decisão de política monetária pelo Fed. O órgão terminou “chovendo no molhado”, com sua decisão indo de encontro com aquilo que o mercado já havia precificado, mas citou preocupações com os desdobramentos do “coronavírus”.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,1940 (-0,36%). Os juros futuros tiveram leves ajustes para baixo, na semana que antecede a decisão de juros pelo Copom.
Ibovespa.
O índice chegou a abrir em alta, mas arrefeceu e pouco depois de hora e meia de negócios entrou definitivamente em campo negativo, circundando os 116 mil a maior parte da tarde. Na hora final, o índice cedeu um pouco mais. A Petrobras PN fechou positiva, mas as ações do setor de bancos e a da Vale pesaram no pregão de hoje.
O Ibovespa fechou aos 115.384 pts (-0,94%), acumulando -2,53% na semana, -0,23% no mês (e no ano) e +20,65% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 19,9 bilhões, sendo R$ 18,1 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 27 de janeiro (último dado disponível), a Bovespa teve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 886,887 milhões, com o saldo negativo indo a -R$ 13,904 bilhões no mês.
Agenda Econômica.
Nos EUA, o Fomc manteve a taxa de juros no intervalo entre 1,50% e 1,75%, como era consenso do mercado. Os comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, não foram desfavoráveis, mas também não acrescentaram nada a mais à tendência de política monetária do órgão - exceto que citou a incerteza em relação ao “coronavírus”.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) se valorizou perante o real, após dois de baixa. Os investidores optaram ainda por “proteção” na moeda norte-americana diante das incertezas sobre a propagação do “coronavírus” pelo mundo.
A divisa terminou cotada a R$ 4,1940 (-0,36%), acumulando +0,24% na semana, +4,54% no mês (e no ano) e +11,35% em 12 meses,
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil de 5 anos recuou para 97 pts versus 101 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros denotaram pequenos recuos praticamente em toda a extensão de sua curva de estrutura a termo. Vale lembrar que na próxima semana, em 5 de fevereiro, haverá decisão do Copom sobre política monetária, com a maior parte dos agentes apostando em baixa de 25 pts-base na taxa Selic, para novo piso histórico de 4,25% a.a. Em relação ao pregão anterior, assim fecharam:
DI janeiro/2021 em 4,34%;
DI janeiro/2022 em 4,94% de 4,95%;
DI janeiro/2023 em 5,49% de 5,50%;
DI janeiro/2025 em 6,18% de 6,21%;
DI janeiro/2027 em 6,58% de 6,60%.
Agenda.
Brasil: IGP-M, Taxa de desemprego, Resultados primário e nominal do setor público;
EUA: PCE - núcleo, Sentimento Univ de Mich,
Alemanha: IPC;
França: PIB, IPC;
Reino Unido: Juros - Boe (Bank of England);
Zona do euro: PIB;
Japão: IPC, taxa desemprego, Prod. industrial;
China: PMI Manufatura.
Confira no anexo a íntegra do comportamento do mercado na 4ª feira, 29.01.2020 elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos