Nataniel Cezimbra, gerente da equipe de analistas do BB Investimentos, e Márcio Montes, analista de agronegócios no BB Investimentos, destacam o açúcar em baixa e o etanol em alta elevada; a soja e o milho que mostram recuperação nas cotações, mas colheita americana pode pressionar preços; e a Safra 2013/14 terá maiores custos e maiores perdas pelo ataque da helicoperva armigera.
Retrospectiva mensal
O Ibovespa fechou novembro a 52.482 ante 54.256 pontos de outubro, queda de 3,27%. Os papéis do setor de Agronegócios apresentaram desempenho misto durante o período, sendo: BRF -2,83%, BSEV3 -0,80%, Cosan -4,27%, Fertilizantes Heringer -3,15%, JBS +4,35%, M. Dias Branco +2,02%, Marfrig -5,05%, Minerva -9,47%, São Martinho -3,51%, SLC Agrícola -4,83%, Tereos -6,73%.
O açúcar fechou o mês cotado a R$ 51,63/saca de 50 kg, baixa de 1,6%. Segundo o Cepea, a entrega de volumes contratados e ofertas maiores por parte das usinas influenciam a queda de preços.
O etanol hidratado fechou a R$ 1,2436/litro, alta de 6,6%, a proximidade da entressafra e a demanda por parte das distribuidoras contribuem para a alta. A arroba do boi gordo fechou cotada a R$ 109,59, alta de 1,7% em relação a outubro, sobretudo pela oferta restrita.
Grãos: milho a saca de 60 kg fechou o mês a R$ 26,45, alta de 6,8%; soja: a saca de 60kg fechou o mês a R$ 77,25, alta de 3,00%. Exportações recordes e a demanda internacional sustentaram a alta dos grãos. Pequenos e médios produtores mantém-se alertas quanto ao aumento de custos devido a maiores gastos com inseticidas em função da ocorrência da lagarta helicoperva armigera.
A Secex divulgou os dados do acumulado até outubro. A BRF subiu mais uma posição, ocupando o quarto lugar na lista geral das exportadoras brasileiras, com vendas mensais de R$ 488,3 milhões em outubro e R$ 4.299,3 milhões no acumulado do ano, atrás apenas de Vale, Petrobras e Bunge. No segmento de proteínas animais, a BRF segue como líder no mercado de exportação, seguida pela JBS, Seara e Minerva.
Perspectivas
A colheita da produção norte-americana poderá afetar os embarques brasileiros, com consequente reflexo nos valores da soja e do milho. O preço do milho ainda poderá ser afetado pela política americana quanto a sua utilização na produção de etanol.
No Brasil, o clima favorável ao plantio de grãos deverá proporcionar produção recorde. A desvalorização do real frente ao dólar e as previsões de colheita afetarão os preços junto aos produtores.
O governo brasileiro dá sinais de liberação de defensivos agrícolas para o combate da lagarta helicoperva armigera. Contudo, a morosidade nessa liberação poderá deixar os produtores sem opções de proteção à safra nas regiões mais afetadas – Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso d o Sul e Minas Gerais.
Confira no anexo o relatório de análise de desempenho do Agronegócio, elaborado por Nataniel Cezimbra e Márcio Montes, do BB-BI.
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