Diário do Mercado na 4ª feira, 12.06.2019
Ibovespa recua com incertezas sobre a reforma e piora no exterior
Comentário.
Em dia de vencimentos de índice futuro e de opções sobre o Índice Bovespa, houve realizações, diante da percepção dos investidores de incertezas internas e externas.
Domesticamente, a cautela prevaleceu entre os agentes, visto que está agendada para esta 5ª feira, 13.06, a leitura do parecer do relator sobre a reforma da previdência na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.
Rumores de mercado deram conta que os estados e os municípios poderão ficar fora do texto a ser apresentado, o que poderia reduzir para pouco menos de R$ 1 trilhão a estimativa de economia de cerca de R$ 1,236 trilhão prevista pelo governo para os próximos dez anos.
No exterior, a ameaça do presidente norte-americano de estabelecer sanções sobre um gasoduto que interliga Rússia e Alemanha trouxe mais temores aos mercados, que já estão afetados pelo não desenlace da guerra comercial entre EUA e China.
Neste panorama, o índice DXY (dólar frente a uma cesta de moedas - euro, iene japonês, franco suíço, dólar canadense, coroa sueca e libra esterlina) subiu e o petróleo caiu. Já tanto as bolsas de Nova York, como os principais mercados acionários da Europa fecharam em baixa.
No Brasil, o dólar comercial baixou a R$ 3,8660 (+0,44%). A curva da estrutura a termo cedeu no curtíssimo prazo, mas teve pequeno ajuste para cima nos demais vencimentos.
Ibovespa.
O índice teve início oscilante ao redor da estabilidade, mas, pouco depois da primeira hora da tarde, perdeu forças, com temores internos e com os índices acionários de Nova York negativos.
O Ibovespa fechou aos 98.320 pts (-0,65%), acumulando +0,51% na semana, +1,33% no mês, +11,87% no ano e +35,14% em 12 meses.
O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 22,941 bilhões, sendo R$ 21,488 bilhões no mercado à vista. Já o exercício de opções sobre o Índice Bovespa contabilizou R$ 6,5 bilhões (67.708 contratos).
Capitais Externos na Bolsa
No dia 10 de junho (último dado disponível), a entrada líquida de capital estrangeiro foi de R$ 463,745 milhões da Bolsa, com saída líquida cedendo para -R$ 1,671 bilhão neste mês. Em 2019, o saldo negativo acumulado baixou para R$ 5,325 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, as vendas do comércio varejista recuaram -0,6% em abril frente ao mês de março (+0,1%). O resultado é pior para o mês desde 2015 (-1,0%), sendo a 1ª contração para o período em quatro anos. Na comparação com abril de 2018, houve alta de +1,7. O indicador acumula variação de +0,6% no ano e de +1,4% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana reverteu o movimento de queda e encerrou em alta frente ao real, após passar grande parte do dia operando em baixa com os investidores atentos a tensão do cenário político local.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,8660 (+0,44%), acumulando -0,28% na semana, -1,50% no mês, -0,23% no ano e +4,09% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil passou de 167 pts para 166 pts.
Juros.
Os juros acompanharam o movimento de valorização do dólar e encerou em alta na sessão regular desta quarta-feira. Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 6,17% de 6,19%; DI janeiro/2021 em 6,19% de 6,22%; DI janeiro/2023 em 7,11% de 7,14%; DI janeiro/2025 em 7,65% de 7,74%; e DI janeiro/2027 em 7,98% de 8,14%.
Para a semana.
Brasil: Volume do setor de serviços; IGP-10; Coleta de impostos e Criação de empregos formais.
EUA: Novos pedidos seguro-desemprego; Produção industrial e Utilização da capacidade.
Alemanha e França: IPC.
Zona do Euro: Produção Industrial.
Japão: Produção industrial e Utilização da capacidade.
China: Produção industrial.
Confira no anexo a íntegra do relatóriod e análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 12.06.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos