MARKET UPDATE - 15.01.2021
Por Henrique Tomaz, CFA
e Richardi Ferreira
INFLAÇÃO
Em dezembro, o indicador oficial de inflação registrou uma elevação de 1,35%, maior percentual desde fevereiro de 2003. Com este resultado, o IPCA fechou o ano de 2020 com uma alta de 4,52%, acima da meta de 4,0% definida pelo CMN
Alta no preço dos alimentos pesou no índice em 2020
O IBGE divulgou nesta semana o IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, indicador oficial de inflação. Após registrar uma alta de 0,89% em novembro, o índice voltou a acelerar registrando nova alta de 1,35% em dezembro, maior percentual desde fevereiro de 2003.
Com este resultado, a inflação fechou o ano de 2020 em 4,52%, ligeiramente acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (4,0%).
No mês passado, todos os grupos pesquisados apresentaram elevação nos preços. A maior contribuição, no entanto, veio do grupo Habitação, que subiu 2,88%, influenciado pelo aumento das tarifas de energia elétrica em função da vigência da bandeira tarifária vermelha-2.
O grupo Alimentos e bebidas (1,74%), mais uma vez, teve um impacto relevante no índice. Apesar de apresentar uma desaceleração frente ao mês de novembro, quando havia registrado elevação de 2,54%, os preços dos alimentos acumularam no ano de 2020 uma alta de mais de 14%.
Ao longo de 2020, os preços do grupo Alimentos e bebidas dispararam acumulando uma alta de 14,1% no ano. Este grupo foi o principal responsável pela aceleração do indicador oficial de inflação, sobretudo a partir do segundo semestre
VAREJO
A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC-IBGE) registrou uma queda de 0,1% nas vendas do varejo no mês de novembro. No varejo ampliado, que inclui automóveis e materiais de construção, houve alta de 0,6% no mês
SERVIÇOS
O volume de serviços avançou 2,6% em novembro, sexta alta seguida. Apesar disso, o crescimento acumulado entre junho e novembro ainda é insuficiente para repor as perdas acumuladas durante a pandemia
Volume de serviços cresce pelo sexto mês consecutivo
Segundo dados do IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o volume de serviços prestados no mês de novembro registrou uma alta de 2,6% frente ao mês de outubro, quando o indicador havia alcançado um crescimento de 1,8%. No acumulado desde junho, o volume de serviços já cresceu 19,2%.
Este percentual, no entanto, ainda é insuficiente para absorver as perdas acumuladas entre os meses de fevereiro e maio. No acumulado de 2020, o setor acumula uma queda de 8,3% em relação ao mesmo período de 2019.
Das cinco atividades pesquisadas, todas apresentaram variação positiva com destaque para a recuperação das atividades de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que apresentou um crescimento 2,4% no mês, e Serviços prestados às famílias, cujo crescimento chegou a 8,2%. Estas duas atividades foram as mais impactadas pela pandemia de Covid-19.
Destaca-se também o crescimento de 2,5% registrado pela atividade de Serviços profissionais, administrativos e complementares.
O setor de serviços vem apresentando dificuldades para se recuperar da crise pois muitas das atividades requerem um interação presencial e, considerando que a pandemia ainda não foi controlada e uma vacina ainda não está disponível, boa parte dos consumidores permanece em isolamento social.
Confira no anexo a íntegra do relatorio preparado por HENRIQUE TOMAZ, CFA, e RICHARDI FERREIRA, do BB INVESTIMENTOS