Decisão do Copom: Selic se mantém em 6,5% e
Pode haver corte na próxima reunião
Análise pelo BB-BI
O COPOM Conselho de Política Monetária decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 6,5%, confirmando as nossas expectativas.
Em nota divulgada às 18h desta 4ª feira, 19.06, o Copom respaldou a sua decisão entendendo que a taxa de juros no patamar atual estimula a atividade econômica e é compatível com a convergência da inflação para o centro da meta, especialmente para o ano de 2020.
Ademais, em nossa interpretação, a depender dos fatores que baseiam a sua decisão, há possibilidade de corte na Selic já na próxima reunião.
Possível corte na próxima reunião. No nosso entendimento, o Copom sugeriu em seu comunicado que se
(i) os indicadores da atividade não demonstrarem retomada na atividade econômica no segundo trimestre,
(ii) as expectativas do mercado para a inflação de 2020 se reduzirem para baixo do centro da meta (4,0%) e
(iii) as reformas estruturais da economia, em especial a da previdência, avançarem de forma substancial, poderá haver corte na Selic já na próxima reunião (31 de julho).
Caso um ou mais desses fatores não se concretizarem, é provável que o conselho aguarde a reunião seguinte (18 de setembro) para tomar essa decisão.
Atividade e cenário externo.
O Copom reconhece em seu comunicado que os indicadores mais recentes da atividade econômica sinalizam interrupção no processo de recuperação da economia brasileira, no entanto, considera a sua retomada de forma gradual.
No cenário externo, coincidindo com o nosso entendimento, o conselho indicou redução dos riscos associados à normalização das taxas de juros, mas considerou, entretanto, que os riscos de desaceleração global se mantiveram.
Balanço de riscos.
No comunicado desta noite, o conselho ratificou que o
(i) nível de ociosidade continua produzindo pressão negativa para a trajetória da inflação, balanceado pelo
(ii) risco de frustração de continuidade das reformas que pode se intensificar e pela
(iii) deterioração do cenário externo para as economias emergentes.
Diferentemente das declarações em seus últimos comunicados, o Copom não indicou de forma clara o seu entendimento quanto a simetria dos fatores associados ao balanço de risco, declarando apenas que o balanço evoluiu favoravelmente com preponderância do risco de frustração das reformas.
Confira no anexo a íntegra do relatório preparado por HENRIQUE TOMAZ, CFA, Analista Sênior, e RICARDO VIEITES, CNPI, Analista, do BB Investimentos