Em 07.02.2019, a Klabin apresentou os resultados do 4T18, levemente abaixo de nossas expectativas, apesar de ainda positivo, em nossa opinião. O destaque veio do negócio de celulose, o qual, uma vez mais, contribuiu massivamente para o resultado consolidado.
Kraftliner também foi positivo, especialmente no mercado doméstico, onde os volumes cresceram 6% t/t e 25% a/a. A Klabin manteve seu processo de desalavancagem, o que nos leva a crer em métricas mais confortáveis quando dos dispêndios da nova fase de crescimento.
Como mencionamos em nosso relatório de prévias, os negócios de celulose e embalagem, principalmente kraftliner, fariam a diferença nos números da companhia. Comparado às nossas estimativas, o EBITDA veio 4% abaixo, em R$ 1.133 mm (estimativas do BB-BI R$ 1.181 mm), o que significou uma redução de 9,2% comparado ao 3T18, porém 33% acima do 4T17.
No trimestre, as vendas de caixas de papelão retraíram 3.6% comparado ao 3T18, de acordo com a ABPO (Associação Brasileira de Papelão Ondulado). A melhora da demanda no mercado doméstico, juntamente com preços maiores no mercado internacional abriu espaço para aumentos de preços.
A produção de papel somou 9.567 kton no acumulado de 2018 (até novembro), estável a/a, impulsionada pelos segmentos de tissue e papel cartão (+3,9% a/a e +3,7% a/a) no mesmo período.
As vendas subiram 0,9% no trimestre, no mesmo período com destaque para cartão, que subiu 5,7% a/a e tissue (+2,9% a/a). Já para consumo aparente, houve leve melhora de 0,6% em 2018 (até novembro) comparado a 2017, de acordo com dados da Iba (Indústria Brasileira de Árvore).
Mantemos nosso preço-alvo 2019 em R$ 27,50 para KLBN11, com recomendação de Outperform.
Resultados consolidados.
O volume de vendas veio em linha t/t e 2,3% maior a/a, em 861 kton (4% abaixo das nossas estimativas). As receitas totalizaram R$ 2.785 mm, em linha na comparação trimestral, porém maior 21,2% a/a (e 3,2% menor que as nossas).
O CPV foi impactado por maiores preços de químicos e maior efeito do câmbio, e somaram R$ 1.305 mm, 6,7% maior t/t. VG&A foram influenciadas pelo aumento dos volumes vendidos e do frete. O EBITDA, então, ficou em R$ 1.132 mm, 4% menor que nossas estimativas e 9,2% abaixo do 3T18. Comparado a 2017, o aumento foi de 33%.
Desempenho de celulose: Puma acima das expectativas.
A produção em Puma, uma vez mais, desempenhou acima de sua capacidade nominal e chegou a 416 kton no trimestre, alta de 3% t/t e 6% a/a. As vendas somaram 399 kton, 1% acima do trimestre anterior. As receitas somaram R$ 1.107 mm, 2% menor t/t e 52% maior a/a, em razão dos preços estáveis e a diferença cambial. O custo caixa ficou em R$ 700/t no trimestre, amparado por
(i) maior diluição dos custos fixos no período devido a produção recorde em Puma,
(ii) maior geração de energia com a estação chuvosa, porém parcialmente compensado por
(iii) maior custo de compra de madeiras de terceiros.
Lembramos queno 4T18, a Klabin anunciou o término antecipado do contrato com a Fibria. A partir de abril de 2019, a saída deve ser concluída e a companhia se tornará um fornecedor independente de BEKP para mercados internacionais.
De acordo com a estratégia apresentada no Klabin Day, a empresa deverá focar em pequenos e médio clientes, os quais, em alguns casos, já são clientes da companhia para outras fibras.
Desempenho de papel: as dinâmicas de kraftliner continuam.
Os volumes vendidos somaram 450 kton, uma queda de 1,8% t/t e 5% a/a. As receitas de kraftliner e papel cartão melhoram 11% a/a para R$ 847 mm (maior 5% t/t), impulsionada por maiores preços de kraftliner e maior demanda no mercado doméstico, principalmente.
Na conversão, os volumes de embalagem melhoraram 1% comparado ao 4T17, enquanto as receitas somaram R$ 721 mm, retraindo 3% t/t, apesar de subirem 8% a/a.
Endividamento e Resultado líquido.
A dívida bruta chegou a R$ 19.446 mn, queda de 3,5% t/t em razão da variação cambial no período. A dívida líquida, então, ficou em R$ 12.399 mm, 3,3% abaixo do trimestre anterior. A dívida líquida/EBITDA caiu para 3,1x, ante 3,4x no 3T18 (2,9x em US$).
As despesas financeiras somaram R$ 531 mm, ao passo que as receitas somaram R$ 104 mm. A variação cambial líquida teve um impacto positivo no trimestre e somou R$ 405 mm. No fim, o resultado financeiro fechou positivo em R$ 22 mm, com a última linha fechando positiva em R$ 913 mm.