O Ibovespa principiou em alta, em um incauto movimento apoiado no comunicado do Copom de ontem, que sinalizou fim do ciclo de elevação da taxa Selic.
Todavia, antes da primeira hora de negócios, o índice entrou definitivamente em baixa, deslizando um pouco mais após as 11h30min. A partir daí, não mais conseguiu recuperar os 50.000 pts (-0,49%).
As reversões para baixo dos papéis da Petrobras e, destacadamente, da Vale, além da queda no setor de bancos foram responsáveis pelo comportamento no dia. Também, os índices em Wall Street, que patinaram hoje, não contribuíram favoravelmente.
No Brasil, na noite de ontem, o Copom decidiu elevar a taxa básica de juros em 50 pontos-base, por unanimidade e sem viés, para 14,25% a.a. - que era consenso de mercado, voltando ao patamar igual ao de agosto de 2006.
Em seu comunicado, o comitê citou "manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no fim de 2016". Assim, o mercado passou a crer no fim do ciclo de alta da taxa Selic.
Nos EUA, favoráveis dados da prévia do PIB 2T15 e da revisão do PIB 1T15, que tornou-se positivo, incrementaram as dúvidas dos agentes em relação a uma possível elevação da taxa de juros pelo Fed, já em setembro próximo. Assim, os índices das bolsas de Nova York não fecharam distantes da estabilidade.
IBovespa
No índice, os setores com mais fracos desempenhos foram: Bancos; Siderurgia/Mineração; Petróleo/Petroq. Destaques individuais negativos ponderados para:
VALE5 (R$14,41; -4,63%; giro R$588 milhões);
BBDC4 (R$27,05; -1,99%; giro R$ 227 milhões);
VALE3 (R$17,45; -4,90%; giro R$183 milhões);
ITUB4 (R$29,26; -1,25%; giro R$222 milhões);
PETR4 (R$10,47; -2,33%; giro R$492 milhões);
CIEL3 (R$43,6; -3,18%; giro R$281 milhões); e
EMBR3 (R$22,5; -5,46%; giro R$30 milhões); e
PETR3 (R$11,52; -2,37%; giro R$147 milhões).
O índice doméstico fechou aos 49.897 pts (-0,69%), acumulando +1,32% na semana, -6,00% no mês, -0,22% no ano e -12,27% em 12 meses. Em dados preliminares, o giro da Bovespa foi de R$5,85 bilhões (R$5,64 bilhões no mercado à vista), com o volume do índice em R$4,94 bilhões.
Capital Externo na Bolsa
No último dado disponível, a Bovespa teve entrada de capital externo de R$30,369 milhões em 28 de julho último, com saldo negativo de R$771,646 milhões no mês, mas, somando R$20,768 bilhões em 2015.
Câmbio
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$3,3800 (+1,50%), acumulando +0,93% na semana, +8,72% no mês, +26,77% no ano e +50,36% em 12 meses.
Nos Juros futuros (DI), excetuando as taxas de curtíssimo prazo, todas as demais registraram firmes elevações, em resposta à interpretação dos agentes que o Banco Central manterá a taxa Selic no atual patamar.
Indicadores.
No Brasil, o IGP-M / FGV variou +0,69% em julho (+0,67% em junho) - consenso em +0,74%, acumulando +5,05% no ano e +6,97% em 12 meses. Os seus subíndices assim oscilaram: o IPA-M em +0,73% (+0,41% em junho); o IPC-M em +0,60% (+0,83% em junho); e o INCC-M em +0,66% (+1,87% em junho).
Nos EUA, a prévia do PIB 2T15 variou +2,3% - consenso em +2,5%, mas, o dado do PIB 1T15 foi revisto de -0,2% para +0,6%. Já o consumo das Famílias cresceu 2,9%, versus +1,8% do 1T15.
Agenda da semana (vide pg.3):
-- No Brasil, Resultados primário e nominal do setor público e Coeficiente % da dívida/PIB (31);
-- nos EUA, PIB 2T15 (prévia), Consumo das Famílias 2T15 (prévia), dados de seguro-desemprego (30), Índice de compras dos gerentes de Chicago e índice de confiança do consumidor da Univ. de Michigan (31);
-- na Alemanha, Confiança do consumidor (29) e Taxa de desemprego e IPC (30);
-- no Reino Unido, Confiança do consumidor (30);
-- na zona do euro, desemprego (31);
-- no Japão, desemprego e IPC (30) e Japão PMI Manufatura (2/8); e
-- na China, PMI manufatura e não manufatura (31) e Caixin China PMI Manufatura (2/8).
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado nesta 5ª feira, 30.07, elaborado por NATANIEL CEZIMBRA e HAMILTON MOREIRA ALVES