VALE - Flash de Mercado em 16.05.2019
Mina de Gongo Soco: Risco de Ruptura de Barragem
Relatório do BB Investimentos
Ontem, 15.05, a Vale informou ao MP-MG Ministério Público de Minas Gerais sobre o risco iminente de rompimento de uma de suas barragens na mina de Gongo Soco, na cidade de Barão de Cocais.
A decisão foi tomada devido a observância de algumas trincas na parede da estrutura e a rápida progressão da erosão no local. De acordo com o documento, no caso da continuidade da erosão nesta velocidade, a estrutura poderia se romper entre os dias 19 e 25 de maio.
Sobre a situação.
A mina de Gongo Soco teve suas operações encerradas em 2016 e está listada entre as estruturas a serem descomissionadas no plano da Vale, anunciado após Brumadinho. Desde o ocorrido, a Agência Nacional de Mineração (AMN) introduziu o novo fator de segurança de 1,3, significando que qualquer dado abaixo desta métrica deveria ser nomeado no Nível 3 de segurança (mais detalhes abaixo).
Gongo Soco é uma destas estruturas atualmente no Nível 3. Assim, desde o dia 08 de fevereiro, a população na Zona de Autossalvamento (ZAS) foi evacuada e a população na Zona Secundária de Segurança (ZSS) passou por treinamento e simulações para o caso de um rompimento ocorrer.
Sobre a estrutura.
A barragem tem um volume de 6 mm³, contra 11,7 mm³ de Brumadinho. Dado o nível crítico de segurança, medido pelo fator de risco, a estrutura foi designada uma Nível 3 no começo do ano. De acordo com a nova legislação em vigor, no Nível 3, as empresas responsáveis devem tomar as medidas cabíveis para minimizar os riscos de um possível rompimento.
Além da evacuação da ZAS, a Vale informou que tem monitorado todas as suas estruturas 24h por dia e que a estrutura está entre as dez barragens a serem descomissionadas de acordo com o Plano de Descomissionamento recentemente anunciado. Em razão do avanço da instabilidade na região, a Vale decidiu informar as autoridades sobre o risco iminente de rompimento.
Sobre as possíveis implicações.
É difícil antecipar quais os efeitos deste evento. No caso de um colapso, a lama cairia em uma cava de 1,5km; entretanto, dependendo de seu estado de liquefação, esta lama poderia avançar em maior ou menor velocidade a um raio maior ou menor de distância. É importante mencionar, contudo, que a ZAS compreende um raio de 10km (ou 30 minutos) e como as pessoas já foram removidas da área, o risco humano poderia ser minimizado.
Sobre os Níveis de Segurança:
► Nível 0: situação normal; monitoramento regular;
► Nível 1: situação instável; monitoramento reforçado;
► Nível 2: situação crítica; população nas ZAS são evacuadas;
► Nível 3: situação iminente; população nas ZSS são treinadas e orientadas.
Sobre as Zonas:
1. Zonas de Autossalvamento (ZAS): região que está até 10 km ou <30 minutos do ponto de rompimento da barragem. A própria pessoa deve providenciar o seu salvamento, sair da mancha e ir para uma zona segura por conta própria. Não há tempo para nenhum órgão público realizar esse salvamento.
2. Zona de Segurança Secundária (ZSS): região que está após 10 km ou >30 minutos. Há tempo suficiente para que pessoas com treinamento adequado procedam seu próprio salvamento e retirada em direção aos pontos de encontro onde acontece o acolhimento.
Fontes:
Site da companhia,
website da Casa Civil da República e
Agência Nacional de Mineração.
Confira no anexo o relatório financeiro preparado por
GABRIELA E. CORTEZ, analista senior do BB INVESTIMENTOS