Não surpreendentemente, a Turquia na 3ª feira, 28.06, suspendeu seu veto à Finlândia e à candidatura da Suécia para ingressar na Otan depois que os três países assinaram um acordo.
Em seu discurso depois de chegar a Madri para a Cúpula da Otan, o presidente dos EUA, Joe Biden, enfatizou a unidade da organização, dizendo que a Otan estava "tão galvanizada quanto acredito que jamais esteve".
A adesão desses dois países neutros à OTAN aumentará o número de membros da organização para 32 países. A OTAN nunca foi concebida para ser uma chamada organização de segurança regional, mas sim um bloco militar agressivo e um instrumento político estabelecido na Europa para ajudar a manter a hegemonia global dos EUA.
Apesar do que os EUA gostariam, a Europa acredita essencialmente que a OTAN deve ser um grupo defensivo de sua própria segurança. Nas mãos americanas, a OTAN é a lança; aos olhos europeus, deveria servir de escudo. À medida que a OTAN continua a se expandir, as diferenças gradualmente expostas nos interesses dos membros da OTAN resultarão em mais disputas e conflitos dentro da aliança.
E a expansão levanta o problema de um dilema de segurança, em que aumenta a inquietação dos países vizinhos da OTAN, levando toda a região e até o mundo a uma corrida armamentista e alterando seriamente o cenário geopolítico. A desconfiança e o risco de guerra estão aumentando, tornando a região e o mundo menos seguros.
Song Zhongping, especialista militar chinês e comentarista de TV, disse ao Global Times que a OTAN é apenas uma organização ultrapassada da Guerra Fria que há muito perdeu sua chamada unidade ou coesão.
A reviravolta na atitude da Turquia deveu-se a um acordo muito satisfatório a todas as partes. A Turquia quer receber garantias de que os países nórdicos estão dispostos a NÃO apoiar os grupos curdos que a Turquia designa como organizações terroristas, em particular o Partido dos Trabalhadores do Curdistão. E o memorando diz que a Finlândia e a Suécia “estendem seu total apoio à Turquia contra ameaças à sua segurança nacional”, certificando-se de que não fornecerão apoio a esses grupos. Os países nórdicos também afirmaram que não há embargos nacionais de armas em relação à Turquia e que os três países trabalharão juntos nos pedidos de extradição.
De acordo com Song, esta é uma grande vitória para a Turquia, que vem exigindo o status de grande potência desde que o presidente turco Tayyip Erdogan chegou ao poder. Wang destacou que ingressar na OTAN é como comprar um seguro médico para doenças graves, o que é um conforto psicológico para muitos países europeus: o seguro pode ser útil, mas todos querem evitar que seja útil.
A adesão à OTAN não é um benefício sem custos; países podem ser “extorquidos” pela OTAN, a “companhia de seguros”, pois esta traz muito mais problemas do que benefícios, observou Song.
Erdogan alcançou seus objetivos políticos com este movimento, e o fato de que a OTAN está dispersa internamente veio à tona. As divisões dentro da OTAN crescem à medida que mais países são arrastados. Os EUA esperam superar as divisões dentro da OTAN, mas é difícil atender a todas as necessidades.
Apenas sobre a questão do conflito Rússia-Ucrânia, há demandas diferentes entre os países ocidentais, já que Alemanha, França e Itália querem parar a guerra o mais rápido possível, e os EUA estão pedindo a todos os países da OTAN que façam uma causa comum contra Rússia.
Wang Shuo, professor da Escola de Relações Internacionais da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, acredita que, nessa situação, muitos países europeus estão questionando se a OTAN pode resolver a crise na Ucrânia. Se não pode funcionar, qual é o sentido da existência da OTAN? No momento em que os europeus acreditam que a OTAN precisa desempenhar um papel, ela se mostrou desunida e incompetente, mais um sinal da crise existencial da OTAN
A Rússia provavelmente terá que engolir o fruto amargo - a expansão adicional da OTAN. Mas a adesão dos dois países nórdicos à OTAN é uma provocação e humilhação para a Rússia, e uma nova inimizade será profundamente semeada. A Europa não ficará mais segura com essa expansão significativa.
Wang destacou que ingressar na OTAN é como comprar um seguro médico para doenças graves, o que é um conforto psicológico para muitos países europeus: o seguro pode ser útil, mas todos querem evitar que seja útil. A adesão à OTAN não é um benefício sem custos; países podem ser "extorquidos" pela OTAN, a "companhia de seguros", pois esta traz muito mais problemas do que benefícios.
Seja a moda da "ameaça da Rússia", seja a ênfase do acordo entre a Turquia e os dois países nórdicos, não têm nada a ver com a chamada "unidade" da OTAN, mas apenas uma “pequena palha salva-vidas” para prolongar vida da OTAN.
CONFIRA em THE GLOBAL TIMES a integra dessa matéria em inglês
Artigos sobre Franchising e Mercados, Economia, Finanças e Gestão
Artículos en espanhol
Articles en français
Articles in English
Colunistas
Artes, Cultura e Variedades
Feiras e Eventos
Responsabilidade Sócio-Ambiental
Economia e Finanças
Política
Internacional
Meio Ambiente
Empresas Fornecedoras
