Diário do Mercado, 5ª feira, 24.10.2019
Ibovespa tem pregão de realização de lucros após recorde na véspera
Comentário.
O índice brasileiro teve uma sessão de realizações das recentes altas que o levaram a sucessivos recordes, se descolando negativamente no dia dos positivos índices Nasdaq e S&P500 de Nova York.
Aparentemente, os ventos favoráveis advindos da reforma das previdência e da perspectiva dos agentes de continuidade da queda da taxa básica de juros (Selic) já foram “colocados no preço” dos ativos. Assim, parece existir a necessidade de notícias novas que tragam mais ânimo aos investidores, além da manutenção de um cenário externo favorável.
Também, vale lembrar a sequência da temporada de balanços, com o mercado cauteloso enquanto aguarda os balanços de duas grandes companhias no dia, após estarem fechados os mercados – Petrobras e Vale divulgarão seus resultados do terceiro trimestre do ano.
Externamente, os balanços de empresas induziram divergências de comportamentos: o Dow Jones fechou em baixa, mas o Nasdaq e o S&P500 em alta.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,0440 (+0,30%). Os juros futuros recuaram na parte curta e subiram da intermediária em diante, basicamente, com ajustes de posições.
Ibovespa.
O índice chegou a principiar em alta, mas após meia hora de negócios a pressão vendedora o levou definitivamente para campo negativo até seu fechamento.
O Ibovespa fechou aos 106.986 pts (-0,52%), acumulando +2,16% na semana, +2,14% no mês, +21,73% no ano e +28,80% em 12 meses. O vistoso giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 19,1 bilhões, sendo R$ 17,4 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 22 de outubro (último dado disponível), ocorreu entrada líquida de capital estrangeiro de R$ 539,649 milhões na Bovespa, cedendo a saída líquida para -R$ 10,578 bilhões no mês. Em 2019, o saldo negativo líquido acumulado situa-se em -R$ 31,381 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o investimento direto no país registrou US$ 6,306 bilhões em setembro. O indicador passou a acumular US$ 47,519 bilhões no ano e US$ 70,382 bilhões no ano (3,85% do PIB).
O déficit em transações correntes apurou déficit em setembro de -US$ 3,487 bilhões. O indicador passou a acumular saldos negativos de -US$34,005 bilhões no ano e de -US$ 37,435 bilhões em 12 meses (2,05% do PIB).
A dívida externa bruta estimada situa-se em US$ 327,391 bilhões em setembro. Já o Índice de Confiança do Consumidor/FGV cedeu levemente para 89,4 em outubro versus 89,7 em setembro
Nos EUA, a prévia do PMI industrial mostrou elevação para 51,5 em outubro ante 51,1 em setembro, atingindo o maior patamar dos últimos seis meses.
Câmbio e CDS.
O dólar após testar a cotação de R$ 4,00 pela manhã, seguiu ascendente e reverteu a baixa, fechando na máxima do dia. Aparentemente, a perspectiva de entrada de dólares no curto przao já precificada.
A divisa fechou a R$ 4,0440 (+0,30%), acumulando agora -1,80% na semana, -2,67% no mês, +4,36% no ano e +8,19% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos cedeu a 123 pts de 126 ontem.
Juros.
Os juros futuros encerraram em baixa nos vencimentos curtos até o início dos intermediários, com expectativa da queda da taxa Selic na próxima semana. A partir daí, findaram em alta, com ajustes influenciados pelo movimento do câmbio.
Em relação ao pregão anterior, assim fecharam os contratos: DI janeiro/2020 em 4,82% de 4,84%; DI janeiro/2021 em 4,46% de 4,50%; DI janeiro/2023 em 5,48% de 5,46%; DI janeiro/2025 em 6,15% de 6,13%; DI janeiro/2027 em 6,53% de 6,49%.
Agenda.
Brasil: Dados de crédito;
EUA: Índ. Conf. consumidor Univ. Michigan.
Confira no anexo a íntegrado relatório sobre o comportamento do mercado na 5ª feira, 24.10.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos